Estadão PME
08 de outubro de 2014
Atendentes de biquíni ou lingerie, baristas sem camisa e
garçonetes vestidas em capas sensuais. Estas são algumas das armas recentemente
adotadas por cafés e restaurantes norte-americanos na disputa pela preferência
do consumidor.
Nos últimos anos, o apelo sensual passou a ser um expediente
bastante usual em cidades tradicionais da região noroeste do país, como em
Washington, Oregon e Idaho.
Um dos exemplos é o Hot Cup of Joe, tocado pelo ex-stripper
Chris Mullins. Ele montou uma cafeteria na capital dos Estado Unidos,
Washington e, como diferencial estratégico, aboliu a camisa do uniforme dos
baristas da casa, todos do sexo masculino.
"Eu vivi no mercado de entretenimento adulto por muitos
anos e, por isso, meio que sei que as mulheres gritavam por algo desse tipo.
Agora elas podem ver algo pessoalmente, além de também tomarem uma deliciosa
caneca de café", diz ele em entrevista ao canal de televisão ABC News.
Mas não é apenas o público feminino o alvo dessa nova onda.
Os homens, e sobretudo eles, têm à disposição uma centena de opções que atacam
a sensualidade como bandeira mercadológica.
Para além do já globalmente consolidado Hooter's, redes como
Tilted Kilt Pub & Eatery's exploram o nicho com bastante particularidade. O
segredo é encontrar garçonetes jovens e saradas para servir cerveja e lanches
vestindo roupas sugestivamente pequenas.
Tilted Kilt tem atualmente 94 unidades dos Estados Unidos e
planeja abrir outras 30 ainda neste ano, segundo dados da Bloomberg. A rede
deve alcançar em 2014 um faturamento de US$ 2,33 milhões, 18% acima do
registrado no ano anterior.
Mas por mais ousada que possa parecer, a proposta de Tilted
Kilt soa como brincadeira infanto-juvenil perto das redes de baristas de
biquini que se proliferam nos últimos meses. Marcas como Devil's Brew Coffee
Stand colocam atendentes em roupas íntimas ou de banho em cabines de drive-thru
em horário comercial.
O negócio, à julgar pela profusão de unidades, desponta como
uma mina de dinheiro - são mais de 130 desses cafés na somente em Washington.
Entretanto, o setor oferece também um manancial de polêmicas. O conselho de
moradores de Spokana Valley's, na região de Washington, conseguiu a banir as
trabalhadoras seminuas dos tais cafés. E, recentemente, uma das empresárias
mais bem-sucedidas do nicho foi presa por operar unidades onde, supostamente,
as atendentes ofereciam favores sexuais em troca de gorjetas.
Carmelo Panico, de 52 anos, tocava diversas cafeterias na
área de Seattle, incluindo Java Juggs Espresso, Twin Peaks, Bella Butterscotch
e o Hot Spot. Todos operavam com baristas seminuas. Segundo uma investigação,
nesses locais um copo de café custava US$ 6, mas por outros US$ 14 o cliente
poderia observar parte da genitália ou os seios da atendente. Segundo a polícia
local, uma barista confessou ter faturado assim
mais de US$ 500 mil trabalhando em uma cabine de drive-thru.
Disponível em
http://pme.estadao.com.br/noticias/noticias,cresce-o-numero-de-cafeterias-com-apelo-de-atendentes-sensuais-nos-eua,4768,0.htm.
Acesso em 08 out 2014.