Giovana Perfeito
Divulgação
criação de produtos e serviços
é o tipo mais comum de inovação, mas empresários podem e devem inovar também
nas áreas de gestão e marketing
Brasília - Inovação ainda é um bicho de sete cabeças
para muitos empresários. Para alguns, ela só existe em produtos caros e cheios
de tecnologias. Para outros, é algo que dá trabalho, arriscado ou que só serve
para as grandes empresas.
Toda vez que um empresário adota mudanças simples, capazes de gerar aumento de
produtividade nos negócios ou ganhos para o empreendimento, ele está inovando.
Os ganhos podem vir com redução de custos, conquista de novos clientes ou
ampliação do número de produtos e serviços oferecidos.
“Não é preciso ser só algo high-tech ou que custe caro. Inovar é algo que está
ao alcance dos empresários”, diz o gerente de Inovação do Sebrae, Edson
Fermann. A inovação é, então, o resultado de idéias simples, baratas e
eficientes.
“A inovação está em nossa vida e às vezes nem percebemos. Está no esporte, na
moda, no corte de cabelo, na roupa que vestimos e na música, a exemplo do que
foi a criação da Bossa Nova, com uma cadência própria. A inovação está em todas
as atividades humanas. Para as empresas isso não é diferente. Inovar é sinônimo
de sobrevivência no mercado”, diz José Miguel Chaddad, consultor do Sebrae em
inovação.
Como o mercado evolui e os clientes estão cada vez mais exigentes, uma empresa
também não pode parar no tempo. “É preciso estar em sintonia com o mercado e
até mesmo se antecipar a ele”, destaca Chaddad. “Os negócios que se acomodam
estão fadados a desaparecer”, completa.
Quem inova se torna mais competitivo no mercado. “São as inovações que
interrompem e renovam o ciclo de vida dos produtos e mantêm os lucros das
empresas em alta. A inovação é um diferencial, especialmente para as micro e
pequenas empresas”, destaca a gerente adjunta de Inovação do Sebrae, Magaly
Albuquerque.
Diferentes formas de inovar
A criação de produtos e serviços é o tipo mais comum de inovação. Aqui, o
empresário, além de lançar novos produtos, pode também investir no melhoramento
do que já existe no mercado. Por exemplo, numa fábrica de cosméticos, é
possível inovar criando novas fragâncias para o sabonete já existente ou lançando
versões para peles oleosas, secas e sensíveis.
A inovação também pode ser feita com alterações em etapas de fabricação de um
produto, ou seja, modificando os processos produtivos. Nesse caso, é possível
mudar a matéria-prima por uma opção mais barata e que não altere a qualidade.
Há também a possibilidade de se reduzir desperdício ou ainda procurar meios de
acelerar a produção. Muitas vezes, quando são utilizadas normas para a
fabricação de um determinado produto, como telhas ou tijolos, é preciso fazer
uma adequação no processo. Isso irá reduzir custos e melhorar a qualidade do
produto.
Quando o empresário se esforça para criar estratégias para garantir a conquista
de novos clientes ou o sucesso na venda de um produto, ele está inovando em
marketing. São exemplos: criação de cartões fidelidade, oferta de formas de
pagamento diferenciadas; brindes aos clientes; mudança de embalagens; design
melhorado do produto. “Inovar em marketing é também fazer parcerias para
promover um produto. Uma locadora faz isso quando diz ao cliente que se ele
alugar três DVD no final de semana terá desconto de 50% na pizza da empresa X”,
explica Fermann.
Inovar é também implementar um novo método organizacional nas práticas de
negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas
relações externas. Oferecer ginástica laboral para diminuir a incidência de
doenças do trabalho e treinamentos para a melhoria de desempenho profissional
são formas de a empresa inovar em termos organizacionais. A implantação da gestão
da qualidade também configura-se uma inovação desse tipo, assim como mudanças
nas operações de abastecimento e entrega de produto e/ou de matéria-prima que
resulte em ganhos para a empresa.
Olhar atento para o cliente
“O empresário precisa ter conhecimento do seu negócio e as necessidades de sua
clientela. Dessa forma, terá a percepção do que e como inovar”, destaca
Fermann. É importante estar atento às demandas de clientes não satisfeitas.
“Esse é um convite à inovação”, completa.
“É preciso apurar os sentidos para enxergar o que o cliente deseja, estimular a
criatividade e ousar”, diz Magaly Albuquerque. Além disso, o empresário deve
inovar sempre. Não deve esperar o número de vendas de um produto cair para
modificá-lo ou substituí-lo. “O pior dos custos é o empresário não fazer nada e
por isso não sobreviver ao mercado”, afirma Chaddad.