quinta-feira, 1 de julho de 2010

A função da propaganda para o público C e D

Claudio Nossa

Os últimos estudos e pesquisas em 2009 apontam um achatamento da pirâmide social fazendo com que a classe D se junte com a C, tornando-se um grande bloco com um grande poder de consumo de produtos e serviços.

Duas características principais deste bloco estão mais evidentes: o aumento da capacidade de comprar mais e a possibilidade de comprar melhor. Neste caso este público não mais troca o seu desejo por produtos substitutos ou similares. Pode-se dizer que este é um momento importante para o varejo brasileiro, mas o que percebemos é que não houve nada de novo na propaganda ou nas ações promocionais para este cenário.

O processo de comunicação adotado atualmente é o mesmo que sempre esteve ao lado da classe mais ao topo da pirâmide quando na decisão da compra. Dizem que as grandes marcas do varejo, agora, estão com os olhos voltados para a grande massa, mas acredito que não querem a massa simplesmente, mas sim a verdadeira fatia que hoje pode e deve consumir o seu produto.

Tratando-se do público das classes A e B podemos dizer que o acúmulo de experiências adquiridas, inclusive errando no ato de compra, é transformado em conhecimento, aumentando o poder de cognição e análise de custo versus benefício de um determinado produto ou serviço.

Esta classe localizada no topo consegue tomar decisões de compra sozinha, mesmo em ponto de venda e acuada pelas ações mercadológicas, uma vez que rapidamente sabe analisar a sua necessidade e o cenário proposto pela comunicação. A propaganda de massa para este público é uma mera ferramenta de informação e já não freqüenta a lista das mais importantes para as tomadas de decisão. Este público passa a exigir meios menos convencionais, mais personalizados e pessoalizados como a internet ou ações promocionais direcionadas.

No entanto, a função da propaganda para o público da classe da base da pirâmide serve como ferramenta específica de ensino. Este público não possui a mesma experiência das outras classes mencionadas aqui e por isso para tomar decisão prefere ouvir o anunciante de forma mais atenta e acreditar ou valorizar o poder de uma grande marca.

O público composto pelas classes C e D precisa ser condicionado a escolher certo e não errar. Conforme análises, ele está mais propenso em acreditar na informação passada pelo anunciante, pois é a principal maneira que tem para não errar no ato de compra, pois falta além de tudo, experiência.

Este mesmo fenômeno acontece em tempos de eleição. Como escolher o candidato certo? Como acertar e não errar? Não acredite que este público, de fato, consegue analisar de forma autônoma o contexto e tomar uma decisão. Poucos o fazem. A grande maioria precisa ser orientada, ou pelo próprio candidato ou por grupos influenciadores.

A escolha pelo consumo de um determinado produto funciona da mesma forma, ora pela própria direção do processo de comunicação ora indiretamente por parte de grupos influenciadores como familiares e amigos. Isto prova até porque marcas são passadas de geração em geração como se fosse tradição de família.

O grande varejo não está só acordando para este novo e potente mercado consumidor. Simplesmente ignora um pouco a fatia que não aceita mais ser dirigida e que consegue analisar os benefícios dos produtos e não apenas os das marcas. É a única saída encontrada para continuar aquecendo o mercado.

O público A e B deseja algo único e pode pagar por isso e está no controle diferentemente das outras classes. Outro fato importante é que muitas destas empresas não conseguem mais repassar o investimento altíssimo que antes era direcionado para a marca e seguem uma tendência de pulverizar parte da verba para ações mais pessoalizadas como merchandising, guerrilha e marketing digital.

Neste ponto chegamos numa nova discussão que poderia dividir a mídia em dois tipos: ativas e interruptivas. A verdade é que vivemos em um momento onde o excesso de informação existente impacta profundamente na comunicação que necessita da atenção do consumidor.

As mídias interruptivas ou tradicionais que exploram a atenção do consumidor, em alguns casos, vem se tornando mais caras e não alcançam mais o objetivoproposto. O consumidor contemporâneo mudou e as práticas de comunicação deveriam seguir o mesmo caminho. Permitir que o seu cliente viva novas experiências é o primeiro passo para valorizar mais a sua marca e vender mais.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Anote aí 6: terceirização; competitividade; métricas, eficácia; McDonald's

SOUZA, Max. Vale a pena terceirizar? Focar na atividade principal da empresa e transferir atividades menos importantes para outras empresas pode parecer interessante; porém, alguns aspectos negativos devem ser levados em conta, como por exemplo, processos trabalhistas. Meu Próprio Negócio, ano 8, nº 87, pp. 16-17.


SALIBI NETO, José. A competitividade também é social Em entrevista exclusiva, o ‘pai’ da estratégia, Michael Porter, analisa o novo movimento da estratégia em direção à sociedade e ao efeito de rede, e se mostra otimista com as perspectivas do Brasil no cenário mundial, afirmando que o país finalmente despontou no BRIC. HSM Management, ano 15, volume 1, nº 78, janeiro-fevereiro de 2010, pp. 18-26.


BOTTONI, Fernanda. Métricas essenciais Empresas contam com uma infinidade de dados para avaliar o desempenho de marcas, sites e campanhas e, se preciso, até corrigir a rota em tempo real. Proxxima, nº 19, junho de 2010, pp. 40-44.


GUERRA, Renata. A eficácia da receita caseira As marcas próprias ocupam cada vez mais espaço nos supermercados. Resta saber se esse crescimento não ameaça a sobrevivência da indústria. Propaganda, ano 55, nº 711, pp. 70-86.


FREITAS, Aiana. Em Itaquera, um McDonald’s campeão de vendas Loja de shopping na zona leste de São Paulo tem maior movimento da América Latina e ocupa 22ª posição entre 32 mil lojas no mundo. O Estado de S. Paulo, 27 de junho de 2010, Caderno Economia, p. B7.

Venda mais, melhor e gastando menos

Bruno Mello

Olhe para a sua agenda. Quantas reuniões você já fez para aumentar as vendas? Depois destas reuniões, o que ficou decidido? Vai investir boa parte do orçamento de Marketing em publicidade? No desenvolvimento de novos produtos? Em promoções? Mas essas promoções falam com que tipo de cliente? Quanto custa para a empresa? Qual é o retorno delas?

Essas e outras perguntas podem deixar qualquer profissional de Marketing sem dormir. Ou pelo menos deveria. E ainda tem mais. Você gostaria de aumentar as suas vendas gastando menos? Quer conhecer quem são, realmente, seus melhores clientes? Ok. Não é uma pegadinha, mas os seus problemas podem acabar se você passar a investir na propensão de vendas.

“O que observamos é que muitas empresas não têm metodologia para saber quanto vai vender e qual será o retorno sobre o investimento”, aponta Martin Gutierrez, sócio-diretor da Intrabase. “As empresas conhecem muito pouco o seu cliente e o histórico de compra deles”, completa em entrevista ao Mundo do Marketing.

Mapeando o cliente

Um estranho pode tomar cara de conhecido quando a empresa passa a trabalhar a partir de um modelo estatístico que está relacionado à propensão de vendas. Ele estuda o cliente que está comprando mais e pode maximizar as vendas baseado nas características de compra deste cliente. Isso significa rentabilizar o negócio usando estratégia – inteligência.

O que é fundamental neste modelo é identificar quem, entre os clientes, vai gerar algum retorno e qual é o valor deste retorno. Com esta probabilidade real, aumenta o poder de decisão do executivo de Marketing. “Probabilidade vem do quase certo que vai acontecer. É muito diferente de talvez”, afirma Gutierrez. “As empresas podem ter um custo de aquisição muito menor se fizerem um planejamento e uma assertividade bem mais elaborados”, completa.

Um caso concreto é o que a Intrabase desenvolveu para o distribuidor Martins. A empresa fez um amplo estudo que identificou oportunidades na carteira de clientes inativos. Eles possuíam o cartão privite label da empresa, mas nunca haviam comprado. “Estudamos, mapeamos e vimos qual é o perfil de comportamento para identificar aqueles que têm perfil igual aos que mais compram”, explica Gabriel Capra, sócio da Intrabase.

Aumento de vendas e diminuição de custos

A pergunta era simples: Será que existia um perfil de cliente que estava inativo, mas tinha comportamento e renda similar ao que mais compra? “Se ele ativa esse cartão é esperado que o consumo dele seja alto”, afirma Capra. O estudo mostrou o valor financeiro possível de compra de cinco perfis diferentes de clientes. “Tem um perfil com um índice de atratividade muito grande e por isso tem que priorizar este cliente”, afirma Capra. Com este trabalho, a comunicação foi dimensionada e focada no grupo que poderia representar novas receitas para a empresa.

Outro caso de sucesso foi o que aumentou a venda de seguro para outra empresa via call center em 64% aplicando inteligência. Primeiro houve um enriquecimento das informações sobre o cliente, fez-se uma análise de perfil, segmentação e montou-se um modelo de propensão de compra. Foram encontrados 12 grupos de clientes e a empresa que contratou a Intrabase viu o custo de aquisição de clientes cair na mesma proporção que as vendas aumentaram consideravelmente.

Hoje, clientes como Natura, Icatu Hartfort, Martins, Poto Seguro, Claro, Editora Abril, Embratel e SulAmérica já trabalham com a Intrabase por que sabem que potencializar venda, rentabilizar cliente, reduzir esforço de venda, custo e fidelizar o cliente vale muito e traz lucros maiores. “Uma venda bem feita pode gerar outras vendas”, afirma Gabriel Capra.

Atendimento telefônico reforça marca

DCI

Independente de ser um contato ativo ou passivo, uso comercial do telefone deve ter regras. O contato telefônico com clientes e fornecedores é uma das modalidades formais de relacionamento e o modo como isso se dá revela o perfil da empresa

Em um mercado cada vez mais competitivo é preciso encontrar formas de sobrevivência. Ou melhor, caminhos para conquistar clientes e fidelizá-los. Para isso, os empreendedores contam com várias ferramentas. Uma delas é o telefone. Mas é preciso ter cuidado, alertam os consultores. O atendimento telefônico pode ser uma faca de dois gumes: se bem feito aproxima e conquista o cliente, se mal utilizado pode afastá-lo.

“As micro e pequenas empresas devem cuidar de todo contato que têm com o mercado, do fornecedor ao cliente”, diz Wlamir Bello, consultor de Marketing do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP). Isso se estende aos outros pontos de relação com o cliente, sejam eles presencial — o famoso corpo-a-corpo —, ou por site, mala-direta, e-mail ou fax. A escolha do meio de comunicação para atuar no mercado e dialogar com os clientes vai depender da estratégia que cada empreendedor decidir traçar e o ramo que atua.

Segundo dados levantados por uma pesquisa do Sebrae-SP, os empreendedores paulistas já entenderam a necessidade da qualidade de atendimento por telefone, tanto assim que 80% deles fazem desta sua estratégica número um para vendas. Na busca por um diferencial competitivo, esse meio pode ser um eficiente mecanismo. “Porém é preciso definir a estratégia. Por exemplo: eu vou apenas receber ligações ou também vou usar o telefone para prospectar clientes?”, ressalta o consultor.

No caso de negócios onde a empresa receberá um grande número de telefonemas, deve-se lembrar que o cliente ficará frustrado se tentar ligar várias vezes e o número só der ocupado. Por isso, é preciso dispor, sempre que possível, de mais de uma linha. E acrescenta: “o call center poder ser recomendável. Há hoje softwares simples, ou mesmo um sistema de ramal em espera”.

Para o consultor é primordial colocar na balança a relação custo-benefício de um investimento na balança. “Em alguns ramos o call center é fundamental e pode não ficar tão caro”. É o caso de uma pizzaria que trabalha com serviço de entrega. Nesse tipo de negócio é importante ter um sistema integrado ao computador com o cadastro dos clientes. “Assim é possível identificar o seu último pedido, atender com a agilidade e poder surpreendê-lo positivamente”, destaca Bello.

Outro lado

O desconhecimento na hora de usar o recurso “telefone” pode ser nocivo para o negócio. Basta lembrar quantas vezes as pessoas, de modo geral, já reclamaram de se sentir ‘invadidas’ por ligações de empresas. Para o consultor, tudo depende da abordagem que se faz, daí a importância de observar o perfil de cada cliente.

E o amadorismo pode prejudicar. É o caso de empresas familiares que têm como número de contato o telefone residencial. Até mesmo dentro de casa as pessoas precisam estar treinadas — ou no mínimo preparadas — para receber as demandas telefônicas relativas à empresa. “Não dá para esquecer que esse é um contato com o seu cliente”, alerta o consultor.

Nas empresas que têm funcionários, o treinamento também deve ser reforçado. Manter postura profissional e prestar um atendimento satisfatório são regras básicas. É preciso ter as respostas condizentes com as possíveis dúvidas, ao menos, as mais freqüentes.

Para isso existe o “roteiro”. Uma espécie de “manual” que reproduz informações básicas que devem ser passadas. Por exemplo: o que a empresa produz, qual o serviço que presta, as formas de pagamento, os prazos de entrega, o horário de funcionamento, das entregas, o diferencial do produto ou serviço ofertado. “Cada ligação é mais uma oportunidade de se conhecer melhor o cliente”, comenta Bello, para quem é necessário organizar, planejar a demanda com antecedência. “Dicas básicas como ser preciso, claro, natural, usar frases curtas e objetivas e ter boa dicção são essenciais, assim como evitar ao máximo usar ‘gerundismo’, muitos termos técnicos ou gírias e nunca atender as ligações fumando, comendo, chupando balas ou mascando chicletes. É bom ter em mente que o telefone aproxima, e evitar palavras negativas e o excesso de intimidade é importante. Além disso, não se deve prometer aquilo que não será possível cumprir“, sustenta.

Profissionalismo

O perfil dos clientes também mudou. Eles não suportam mais aquele estilo extrovertido que fala demais e tenta empurrar a todo custo o produto ou serviço. “A chave está, antes de tudo, em aprender a escutar”, indica Bello.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Telemarketing (ABT), Topázio Silveira Neto, o consumidor está ficando mais exigente. Daí a maior responsabilidade do serviço de atendimento telefônico, “que tem de encontrar condições de atender aos clientes”. O executivo conta que em Portugal e em outros países da União Européia já existem estudos para calcular o aumento de produtividade em razão do tempo/dinheiro que se poupa utilizando recursos criados graças ao sistema de atendimento eletrônico. “A gente tem de levantar a discussão em torno do meio virtual, que se torna o principal canal de comunicação entre empresa e clientes no mundo inteiro por causa da velocidade imposta pelo dia-a-dia das pessoas”, afirma.

Dados da ABT revelam que existem hoje, no Brasil, 125 milhões de linhas telefônicas entre fixas e móveis. À primeira vista, esse número pode parecer uma facilidade à entrada no mercado e o contato com consumidores. Hoje o call center é operado de várias formas e estratégias. “Ele pode resgatar o valor da marca quando você é bem atendido e consegue encontrar uma solução para o cliente. Mas é preciso ser cauteloso, pois o efeito inverso também acontece”. Percebe-se que a qualidade do atendimento telefônico não está apoiada só na tecnologia; conta, e muito, o treinamento que o atendente tem.

domingo, 27 de junho de 2010

São Paulo será 6ª cidade mais rica do mundo até 2025, diz ranking

BBC Brasil

A cidade de São Paulo, a 5ª maior do mundo em população, pode se tornar a 6ª mais rica do mundo até 2025, segundo um ranking compilado pela consultoria econômica internacional PricewaterhouseCoopers.

De acordo com o estudo, a capital paulista, atualmente na 10ª posição do ranking das mais ricas do mundo, deve crescer 4,2% em média ao ano até 2025, ultrapassando cidades como Paris, Osaka e Cidade do México.

Com um crescimento semelhante, o Rio de Janeiro deve passar da 30ª para a 24ª posição no ranking.

Outras sete cidades brasileiras (Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, Recife, Fortaleza e Salvador) devem figurar no ranking das 150 cidades com maior PIB no mundo em 2025, segundo o levantamento.

O estudo realizado pela PricewaterhouseCoopers destaca o crescimento acelerado das economias emergentes, que deve elevar de 39 para 48 o número de cidades de países em desenvolvimento entre as 100 maiores do ranking.

"Se olharmos para a projeção de crescimento do PIB de 2008 para 2025 das maiores cidades de países emergentes e de países desenvolvidos, a comparação é impressionante.

Cidades como Xangai, Pequim e Mumbai, por exemplo, têm um crescimento projetado de 6% a 7% ao ano em termos reais, enquanto cidades como Nova York, Tóquio, Chicago e Londres devem crescer somente em torno de 2% ao ano em média", observa John Hawksworth, diretor do setor de macroeconomia da PricewaterhouseCoopers.

Índia e China

A cidade de Mumbai, centro financeiro da Índia, deve ser a que mais posições subirá no ranking entre as 30 primeiras, segundo o levantamento, saindo da 29ª posição atual para a 11ª em 2025.

No mesmo período, a capital da China, Pequim, deve saltar do 38º para o 17º lugar, enquanto Xangai, o centro financeiro chinês, deve subir da 25ª para a 9ª posição.

O ranking das cidades com o maior crescimento do PIB daqui até 2025 é liderado por duas cidades vietnamitas - Hanói e Ho Chi Min -, com uma elevação média de 7% no período.

Entre as 30 cidades com o maior crescimento econômico no período estão ainda 12 cidades indianas e 9 chinesas.

As três primeiras posições do ranking - Tóquio, Nova York e Los Angeles - devem se manter inalteradas até 2025.

O estudo da PricewaterhouseCoopers foi baseado nas estimativas de população e crescimento das Nações Unidas, da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) e de governos locais.