As
tendências de alimentação para as classes rica, média e pobre indicam que as
pessoas de menor poder aquisitivo, que só compravam o básico, passaram a
procurar por alimentos mais elaborados, melhores e saborosos.
A
constatação é da pesquisa Perfil do Consumo de Alimentos no Brasil, encomendada
pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) ao Ibope e
apresentada no seminário Brasil Food Trends 2020.
"Você
tem o mercado direcionado ao rico, e sempre haverá alimentos mais sofisticados
ainda. Por outro lado, há alimentos hoje que eram reconhecidos como
sofisticados, mas que são acessíveis também para as categorias mais baixas",
afirmou o coordenador técnico do Brasil Food Trends 2020, Raul Amaral Rego.
Entre as
pessoas das classes A, B e C, 59% disseram que na hora de decidir pela compra é
importante ter uma marca de sua confiança, 47% admitiram que analisam se o
produto é gostoso e 32% afirmaram que avaliam se o produto é mais nutritivo. Os
que avaliam se o alimento é de qualidade são 29% e os que dão importância para
o preço baixo são 28%.
A
pesquisa indicou ainda que a marca exerce maior influência na compra do arroz
(44%), feijão (36%), café (32%), leite(24%), dos iogurtes (19%), das bolachas e
dos biscoitos (14%) e dos alimentos congelados e semiprontos (13%).
Os
produtos que mais despertam o desejo do consumidor quando lançados no mercado
são os iogurtes (32%), as bolachas e os biscoitos (28%), o suco pronto para
beber (27%), os chocolates e os bombons (25%), os queijos (24%) e os alimentos
congelados e semiprontos (21%).
O gerente
do Deagro (Departamento de Agronegócio) da Fiesp, Antonio Carlos Costa, disse
que é difícil prever o futuro com relação às tendências alimentares da
sociedade brasileira.
"Nós
não fizemos uma segmentação entre as classes rica, média e pobre. Quando
falamos dessas tendências na pesquisa, algumas dessas peculiaridades ficam
claras. Mas é interessante notar que o consumidor brasileiro está preocupado
com os atributos como a segurança dos alimentos, qualidade, ética. Então é
realmente um desejo da sociedade como um todo".
Para a
coordenadora do curso de nutrição do Centro Universitário São Camilo, Sandra
Chemim, quando o alimento é visto apenas pela praticidade, leva a um risco e
mostra que a população brasileira está engordando cada vez mais. "A
população busca produtos práticos, porém nem sempre ideais e nutritivos".
Segundo
ela, aqueles que têm pouco tempo para se alimentar devem buscar uma alimentação
mais diversificada possível. "O ideal é seguir a cultura alimentar: arroz,
feijão, carne, verdura, legumes e frutas. Com isso atendemos todas as
necessidades".
Sandra
destacou como ponto positivo da pesquisa o fato de que as pessoas,
independentemente da classe social, vão buscar os produtos pela qualidade e
pela saudabilidade. "Começamos a perceber que a população brasileira se
preocupa muito com a saúde. Ou está começando a se preocupar. A população vai
buscar algum produto que traga algum elemento que vai deixá-la mais
saudável", disse.
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