Homens e
mulheres no Brasil ainda vivem de forma distinta no que diz respeito à
carreira, educação, política e saúde. Enquanto a igualdade entre os sexos
está aumentando na maioria dos países, no Brasil, ela só piora.
De acordo
com o Gender Gap 2010 (Relatório Global de Desigualdade de
Gêneros), do Fórum Econômico Mundial, o Brasil caiu
do 81° lugar, em 2009, para a 85ª posição, este ano. Ao todo, o fórum analisou
134 países do mundo.
A queda,
explica o estudo, é consequência de pequenas perdas em educação e capacitação
política, mas também dos ganhos de outros países nos rankings relativos.
Ao
comparar a remuneração entre homens e mulheres, o
Brasil despenca para a 123ª posição. Segundo o estudo, a estimativa de ganhos salariais para a mulher é dois terços menor do que
para os homens - US$ 7.190 anuais, em média, para mulheres, contra US$ 12 mil
pagos aos homens. As mulheres que trabalham representam
64% da população feminina no Brasil, ante 85% entre os homens.
Educação
e política
A
matrícula no ensino primário para as meninas, embora elevada, continua pouco
abaixo da dos meninos (93% contra 95%). Por outro lado, as mulheres
brasileiras já são maioria nas ocupações com formação técnica ou universitária
(52%).
Outro
ponto que chama a atenção são os números relacionados à participação política
das mulheres no País: 9% de presença no Congresso e apenas 7%
dos cargos de nível ministerial.
Desde que
o estudo começou a ser feito, em 2006, 86% dos países aproximaram as condições
de vida e de renda entre mulheres e homens. O
Brasil, porém, ficou no mesmo lugar, com uma melhora insignificante, de apenas 1%.
Na
América Latina e Caribe, por exemplo, o Brasil fica atrás de países como
Trinidad e Tobago (21ª posição), Cuba (24ª posição), Argentina (29ª posição) e
Chile (48ª posição).
Primeiros
da lista
Quatro
países nórdicos se mantiveram no topo da lista: Islândia, Noruega, Finlândia e
Suécia. De acordo com o estudo, estes países chegaram a reduzir a
desigualdade entre gêneros em mais de 80%. "Os países nórdicos ainda
estão na vanguarda na eliminação da desigualdade de gêneros", afirma Klaus
Schwab, fundador e presidente executivo do World Economic
Forum.
Segundo
ele, desigualdades menores entre os gêneros são diretamente ligadas a altos
níveis de competitividade econômica. "As mulheres e as jovens devem
ser tratadas com igualdade para garantir o crescimento e a prosperidade de um
país. Ainda precisamos de uma verdadeira revolução na igualdade de gêneros, não
somente para mobilizar um conjunto maior de talentos, mas também para criar um
sistema de valores mais justo em todas as nossas instituições", completa.
Vai e vem
Os
Estados Unidos subiram no ranking, chegando à 19ª colocação, devido à nomeação
de um grande número de mulheres para cargos importantes no governo do
presidente Barack Obama. Esta é a primeira vez que o país aparece entre os 20
primeiros lugares.
A França,
por sua vez, com a redução do número de mulheres em cargos ministeriais nos
últimos 12 meses, caiu para a 46ª posição na tabela - o país perdeu 28 posições
frente ao ano passado. Confira, abaixo, quais foram os dez países mais bem
colocados no Gender Gap 2010:
Ranking Global 2010 de Desigualdade entre
Gêneros
|
|
País
|
Pontuação*
|
Islândia
|
85%
|
Noruega
|
84%
|
Finlândia
|
82,6%
|
Suécia
|
80,2%
|
Nova Zelândia
|
78,1%
|
Irlanda
|
77,7%
|
Dinamarca
|
77,2%
|
Lesoto
|
76,8%
|
Filipinas
|
76,5%
|
Suiça
|
75,6%
|
Fonte: Fórum Econômico Mundial
|
*As
pontuações são produzidas numa escala de zero a um, e podem ser aproximadamente
interpretadas como a porcentagem da desigualdade entre gêneros que foi
reduzida.
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