Não faltam investidores interessados no mercado
imobiliário brasileiro. Fundos de pensão estrangeiros, fundos de private
equity, empresas globais, fundos soberanos - de diferentes naturezas e
tamanhos, quem tem recursos hoje, pelo menos, olha para o Brasil. Sim, o
mercado está aquecido. E, sim, ainda há boas oportunidades. Mas fincar o pé
aqui exige mais do que isso. Um dos pontos mais importantes para os
investidores é o nível de transparência e de confiabilidade dos novos mercados.
E, nesse quesito, o Brasil ainda está no meio do caminho.
Segundo levantamento elaborado pela Jones Lang
LaSalle, o Brasil ocupa a 38ª posição em um ranking com 81 países. A
consultoria elabora o Índice de Transparência do Mercado Imobiliário Global a
cada dois anos desde 1999. No índice de 2008, o país ocupava a 36ª posição no
ranking geral. O estudo analisa aspectos como dados de mercado disponíveis,
empresas e fundos de capital aberto e ambiente jurídico e regulatório.
"Nos últimos anos, várias empresas e fundos do
setor imobiliário no Brasil abriram seu capital, melhorando a qualidade e a
quantidade de informações disponíveis, ao mesmo tempo em que elevaram os
padrões de governança corporativa para atrair uma base maior de
investidores", divulga a empresa.
De acordo com o último levantamento, o Brasil está
trabalhando para melhorar a transparência no setor imobiliário. No entanto,
como na maioria dos países do mundo, o avanço freou nos últimos dois anos.
O Brasil está na mesma faixa que os outros países
do Bric, embora Índia e China tivessem os principais avanços no mercado Ásia
Pacífico em 2010. Apesar de ter um mercado menor, a Austrália foi considerado o
mais transparente do mundo, tirando a posição que era do Canadá. Ainda no grupo
dos mais transparentes do mundo, figuram países como Reino Unido, Estados
Unidos, Suécia e França.
De forma geral, no Brasil, os investidores
estrangeiros ainda se assustam por exemplo, com as questões regulatórias.
"O prazo que te dão para o início de uma obra, praticamente nunca é
cumprido", disse a executiva que representa uma empresa espanhola
interessada em vir ao Brasil em seminário realizado recentemente em São Paulo.
Embora julguem necessária a rigidez dos órgãos
regulatórios brasileiros, como o meio-ambiente, a chamada insegurança jurídica é
considerada grande. O tempo de um projeto é fundamental para determinar o
retorno sobre o capital investido e quando essa variável torna-se uma
incógnita, pode ser um problema. A demora na aprovação de um projeto - seja no
nível das prefeituras ou de outros órgãos - já começa a influenciar na taxa de
carregamento e na taxa de retorno dos projetos.
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