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Publicado em 13-08-2012
Não basta ser bonita, a embalagem tem que ser funcional e
adequada ao produto vendido para ganhar o consumidor na competitividade com as
outras marcas no momento da compra. A importância do design e de uma boa
embalagem aliados à qualidade do produto tornam aspectos importantes na
aquisição do mesmo, já que 81% das escolhas dos consumidores são tomadas no
ponto de venda. Para auxiliar empresas de micro e pequeno portes a impulsionar
o aumento das vendas, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas) possui um setor de consultoria no quesito de design de criação de
novas embalagens. Empresas mineiras que já realizaram essa troca, tiveram um
aumento significativo de vendas.
O designer e professor coordenador do Núcleo de Estudos da
Embalagem da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), membro do
Conselho e atual Coordenador do Comitê de Estudos Estratégicos da Abre
(Associação Brasileira de Embalagem), Fábio Mestriner, analisa que a embalagem
é intrínseca ao produto às vistas do consumidor. Mestriner esteve na capital
mineira na última terça-feira para participar da comissão julgadora dos
projetos do 3º Prêmio Sebrae Minas Design. "Nas pesquisas que fizemos - é
dado de pesquisa - o consumidor não separa a embalagem do conteúdo. Para as
pessoas, representam uma única entidade, a embalagem participa e interfere na
concepção que formam do produto", salienta.
Investimento
De acordo com Mestriner, os pequenos empresários podem
valorizar os produtos pela embalagem para conquistar o consumidor, já que não
entram no mercado com uma propaganda pesada. "Há um ‘mundo’ de produtos e
90% deles não têm apoio de propaganda e marketing, eles têm a embalagem como
único recurso para competir. Se houver uma boa embalagem, o consumidor sabe o
que vê ali. A embalagem, para a pequena empresa, pode ser grande aos olhos dos
consumidores. Se bem utilizada, desenvolve a pequena empresa, a região, os
estados, impulsiona as vendas, ganha força e vai crescendo e começa a puxar os
fornecedores para ela", analisa.
Na avaliação de Mestriner, o consumidor se influencia pela
compra de um produto em relação a outro pelo que está vendo. "Ele não sabe
se a empresa é grande ou pequena. Dou sugestão ao empresário para ir ao ponto
de venda e colocar, lado a lado, as embalagens dos concorrentes e avaliá-las. preciso ter embalagem equivalente
às outras, as inferiores são descartadas. Fazer compras no
supermercado tem testemunhas, as pessoas olham, observam os produtos que os
outros estão comprando - e os produtos dão depoimento da pessoas", avalia
o designer.
Na disputa pelo consumidor, cada produto compete na sua
categoria, sendo que a embalagem tem um papel decisivo. De acordo com o
professor, "81% das decisões são tomadas nos pontos de vendas, tendo a
embalagem como mediadora do processo".
Para deixar os produtos de pequenas empresas mais
competitivas, o Sebrae e a Abre realizaram um convênio que durou quatro anos,
para desenvolver projetos de novas embalagens para os empreendimentos. Em todo
o Brasil, foram atendidos, aproximadamente, 500 projetos, com quase três mil
embalagens desenvolvidas. "Há casos em que houve aumento de mais de 500%
nas vendas, registros que mudam a vida de uma pequena empresa. As embalagens
favorecem muito a pequena empresa", destaca o designer. O convênio
terminou, mas a consultoria oferecida pelo Sebrae continua.
Mestriner comenta que com o aumento do poder aquisitivo da
classe C e D, as pessoas querem comprar o que não podiam antes; contuido, se
percebem que a embalagem é inferior, substituem a compra por outro produto. O
designer destaca que a embalagem tem que ser adequada ao produto que está
embalando, não é só ser bonita, ela tem que ser pertinente à categoria e não
ser inferior. "Por exemplo, molhos de pimenta, são em vidros, mas tem um
que vem dentro da caixinha, informa ao consumidor que é diferente - uma
linguagem através da qual, muda a percepção de valor.
Reformulação
A proprietária da Ormifarma (Organização Mineira de produtos
Farmacêuticos Ltda.), Janine Oliveira Capelão, foi uma das participantes do
projeto do Sebrae-MG e mudou, inclusive, a marca da empresa para Terraie. O
crescimento no lucro já chegou a 15% e ainda falta metade dos produtos
comercializados pela empresa para passar pela reformulação da embalagem. A
estimativa é que as vendas cresçam ainda mais.
"Nós optamos por participar do projeto em 2010,
precisávamos ‘repaginar’, trazíamos um nome que lembrava farmácia de
manipulação. Trocamos o nome fantasia, criamos uma marca, escolhemos outra
embalagem, layout. Estamos fazendo por etapas, queremos mudar todas as
embalagens até o final do ano", avaliou Janine.
A empresa ao todo trabalha com 35 itens com segmentos de
folha, flor e raiz, dentre cremes corporais e faciais, vendidos para clínicas
de estéticas, como mascaras hidratantes, esfoliantes, creme de massagem, óleo
corporal, banho de espuma, loção tópica.
De acordo com a proprietária, o aumento no valor do produto
foi normal, como se fosse um reajuste de ano a ano, mas avalia que valeu a
pena. "Sem dúvida, melhorou, tínhamos reclamações de vazamento, a anterior
flip top era mais fraca, dificultava a saída do produto", pondera.
Outra empresa mineira de comida congelada, Light Life,
conseguiu um aumento nas vendas de até 30% com uma nova roupagem, com mais
qualidade e mais funcional. "Como já tínhamos um nome no mercado e
consumidores fiéis, queríamos agregar valor, atrair outros consumidores.
Fizemos um trabalho de reformulação, mudamos a logo, criamos novos rótulos e
embalagens mais práticas com divisórias. A receptividade está ótima, os
clientes se sentem atraídos pelo produto e as vendas hoje aumentaram",
comenta a proprietária, Ernestina Cotta. Ela salienta que precisou aumentar o
custo do produto em 5%, mas que não houve nenhuma reclamação, questionamento.
Disponível em
http://www.newtrade.com.br/noticia/embalagens-certas-elevam-vendas-de-produtos&utm_source=SendBlaster&utm_medium=email&utm_term=newsletter%20120814&utm_content=newsletter&utm_campaign=newsletter%2011092.
Acesso em 26 jul 2013.
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