Diego Rosinha
28/6/2010
Expor produtos é fácil, mas não com estilo e bom gosto.
Partindo dessa premissa, os profissionais especializados em planejamento de
showrooms têm se proliferado no mercado, especialmente no ligado à moda, como é
o caso do setor calçadista. “Trata-se de educar os olhos das pessoas”. A
afirmação da professora do Centro Tecnológico do Calçado do Senai de Novo
Hamburgo/RS, Mônica Haisser, demonstra a importância de se saber criar um
showroom que, mais do que simplesmente expor produtos, conte suas histórias e
grave-as na cabeça de quem vai comprar. “Aqui no Brasil ainda não temos a noção
da relevância de se planejar showrooms”, acrescenta. Para a professora, o ideal
é montar um look completo e não somente posicionar os calçados um do lado do
outro e do tornozelo para baixo. Parte da premissa de que, mostrando tudo ao
mesmo tempo, se acaba não mostrando nada. “Existe muita sobreposição e isso não
vende. Temos que criar uma cultura de limpeza que destaque o produto”, afirma.
Além disso, na montagem de um showroom, uma palavra deve
estar presente: pesquisa. Exaustivos estudos e levantamentos de dados do
'target' - sua cultura e seus desejos - que a empresa busca atingir, bem como a
história da criação do produto. “O profissional adequado para trabalhar com
este tipo de planejamento pode ter graduação em vitrinismo, arquitetura ou
decoração. É indiferente. O importante é que ele saiba o que está fazendo e
tenha estudado a cultura do produto que vai expor, a história da arte de uma
maneira geral e a estética das grandes marcas”, aconselha Mônica, ressaltando
ser essencial a presença de um especialista que seja realmente bom e confiável.
A ideia de se organizar um showroom com modelos de looks
completos é compartilhada pela consultora de moda Cyntia Zaninari (São
Paulo/SP). Segundo ela, esse é o formato ideal para um showroom, pois vai dar a
noção exata de como produto combina com um look completo. Ela também salienta
que distribuição dos produtos deve ser a mais “clean possível”, de forma a
destacar os produtos ou as modelagens propostas como o carro-chefe da empresa.
Outra dica da profissional é acabar com o esteriótipo de somente colocar os
manequins 36 ou calçados com pés mais comuns. “Temos que ter variedades”,
enfatiza. Quanto ao local, ela diz ser importante o industrial ter a mobilidade
de poder ir até onde vende mais e organizar um showroom local. “Se sou de São
Paulo e vendo mais em Minas Gerais, nada impede de locar um espaço e organizar
uma exposição lá para os clientes”, aconselha Cyntia, ressaltando que o fato
pode cair muito bem, como um “mimo” aos clientes. Agora, se a empresa de menor
porte for realizar sua primeira experiência, o conselho é organizar na própria
empresa.
Quanto à divulgação do espaço, a profissional comenta que
pode ser feita através de catálogos com fotos e informações importantes sobre
os produtos que os visitantes irão ver no showroom. “Quando vamos no cinema,
escolhemos o que vamos assistir através dos cartazes. É isso que o catálogo
deve ter, um resumo da história temática do produto”, explica ela, salientando
que o catálogo conceitual nada mais é do que o casamento perfeito entre o papel
e o tema. “Às vezes vemos muitos flyers por aí sem nenhuma preocupação nesse
sentido. Não são eficazes, são até displicentes”, sublinha Mônica. Outra forma
de divulgação é por meio de newsletter, aproveitando o espaço democrático
oferecido pela tecnologia. Cynthia, por sua vez, alerta que, quando o evento
tiver uma data e for divulgado, é fundamental que ocorra tudo como o previsto,
pois pode manchar a imagem da indústria junto ao mercado.
Disponível em
http://www.exclusivo.com.br/Noticias/58535/Showroom-para-dar-um-show-em-vendas.eol.
Acesso em 06 ago 2013.
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