Diário do Nordeste
22.04.2012
Quando o longa-metragem "Luiz Gonzaga, de pai para
filho", que o diretor Breno Silveira grava pelo Brasil, chegar aos
cinemas, os brasileiros assistirão à seguinte cena: ainda jovem, o futuro Rei
do Baião se apresentará no programa de TV de Ari Barroso. Antes de sair de casa,
no entanto, tomará um banho e fará a barba com uma lâmina da Gillete que - não
por coincidência - também será a marca patrocinadora do famoso programa. É esse
um dos primeiros frutos do trabalho que o publicitário Nizan Guanaes e sua
agência Africa Rio vêm fazendo nos últimos tempos. A ideia é aumentar de forma
significativa a presença do merchandising no cinema.
"Nos Estados Unidos, esse tipo de verba já representa
50% do orçamento de um filme. E, em ´Náufrago´, por exemplo, ninguém reclamou
do senhor Wilson (merchandising da marca esportiva) ser amigo do Tom Hanks.
Nossa ideia é que os produtos apareçam assim, absolutamente inseridos no
roteiro", diz o publicitário PC Bernardes.
Para a Africa Rio, o merchandising deve ser visto como uma
terceira (e inovadora) via de financiamento para o cinema e o teatro. Ele se
somará às leis de incentivo e ao mecenato, já praticados. "Além do filme
sobre Gonzaga, trabalhamos com ´De pernas para o ar 2´, ´Muita calma nessa hora
2´ e ´Minha mãe é uma peça´", conta Bernardes. "E estamos analisando
outros 16 roteiros de filmes e de uma peça. Nesses casos, o merchandising já
representa entre 15% e 20% do orçamento".
Segundo Bernardes, para ter quatro inserções num
longa-metragem que será visto por cerca de 2,5 milhões de espectadores, uma
marca pagará R$ 1,5 milhão. O valor, diz ele, foi obtido no cruzamento de
cifras praticadas em outros meios e reflete o alcance do cinema brasileiro.
Disponível em
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1129530. Acesso em 28 ago
2013.
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