Milena Seabra
15 agosto 2013
O termo storytelling tem sido muito utilizado nas
estratégias de comunicação das marcas, pois as empresas utilizam cada vez mais
esta ferramenta para criar emoções, desejos, ganhar a confiança, o coração e a
mente dos consumidores. Mas é importante lembrar que a arte de contar histórias
é um processo que precisa começar muito antes da criação de uma campanha.
A construção da história de uma marca passa principalmente
pelo processo de criação de uma conexão pessoal entre consumidores e empresa.
Essa conexão somente ocorre quando essa história cria um sentimento em torno
daquilo que a empresa faz, gerando uma empatia que leva a marca e a empresa a
interagirem, acreditando compartilhar do mesmo estilo, dos mesmos valores e das
mesmas visões de mundo.
Sabemos que o storytelling não é novidade e já é muito
utilizado pelo mercado publicitário e pelas empresas na construção da
identidade da marca, conexão com o público e consequentemente na busca pela
perpetuação da marca, pois quando uma história mobiliza emocionalmente as
pessoas, estas a repassam e a mensagem se amplifica. O ponto aqui é que essa
prática tem se tornado uma tendência muito forte e a habilidade para contar
histórias realmente engajadoras tem ficado cada dia mais complexa.
Na verdade, o que me motivou a escrever sobre isso foi o
dossiê sobre storytelling publicado na última edição da Revista HSM (jul/ago),
com uma série de artigos e entrevistas. A revista apresenta o tema como a arte
de contar histórias que, além de ser cada vez mais importante na comunicação e
na publicidade, passa a ocupar um espaço de destaque também no ambiente
corporativo. As empresas que realmente entenderam o papel do storytelling
passam agora a utilizar suas ferramentas no ambiente do negócio, no envolvimento
dos colaboradores e dos principais stakeholders, já que é o modo mais eficaz de
captar a atenção das pessoas, agitá-las emocionalmente e satisfazê-las com uma
conclusão que as motiva a agir. A revista apresenta ainda o paralelo com o
mundo do cinema e cita cursos para aqueles que querem se desenvolver ainda mais
nessa arte.
Uma reflexão interessante sobre o tema é a relação entre a
percepção e a memória, estudada pela psicóloga Nicole Speer, da Universidade do
Colorado. Após pesquisar essa relação, ela mostra que as histórias não apenas
nos permitem processar as informações, mas também nos conectam emocionalmente
com a outra pessoa. Por isso, aproximadamente 70% de tudo aquilo que aprendemos
acontecem através de histórias que são contadas das mais variadas formas, da
escrita, oral ou visualmente e dentro dos mais variados contextos, um livro, um
filme, um poema ou até uma biografia, mas o fato é que as histórias transformam
informações em significado.
Fazendo um paralelo ao ambiente em que vivemos, no qual o
bombardeio de informações que diariamente é direcionado a nós consumidores é
cada vez maior, podemos perceber que muitas vezes nossos ouvidos se fecham
quando somos alvo de uma campanha de marketing, mas quando nos contam uma
história interessante e envolvente, é provável que estejamos mais abertos a
escutar. Outro ponto importante que não podemos esquecer quando falamos de
storytelling é que o mundo digital potencializou muito os canais para que essas
histórias sejam disseminadas. As redes sociais como o Facebook, Twitter,
LinkedIn, além de blogs e website se tornaram uma fortíssima ferramenta para
esse compartilhamento.
Mas para mim dois pontos são essenciais para que o
storytelling seja realmente um sucesso. Primeiro é necessário que as marcas
tenham um forte propósito e suas histórias sejam genuinamente verdadeiras,
exclusivas e reais. Segundo ponto é que as histórias sejam aderentes à promessa
de entrega de sua marca, pois somente marcas que têm um propósito claro e um
posicionamento sólido são aquelas que realmente têm histórias para contar e
compartilhar com propriedade, e isso ninguém é capaz de copiar.
Disponível em http://www.meioemensagem.com.br/home/midia/ponto_de_vista/2013/08/16/Storytelling-e-o-proposito-das-marcas.html.
Acesso em 24 nov 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário