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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A propaganda invisível

Luar Maria Brandão
24/04/2012
Para longe dos malabarismos visuais que algumas propagandas insistem em fazer, são os aromas que percebemos e os sons que embalam as ações publicitárias as armas mais poderosas para fixar uma marca.

Duvida? Quem já usou sandálias Melissa sabe que existe uma por perto antes mesmo de vê-la, só por causa daquele cheirinho característico de chiclete. E o som de cinco notas que toca toda vida que alguém liga um celular Nokia ou então um computador Microsoft?

Se, já dizia o ditado, o essencial da vida é invisível aos olhos, o chamado neuromarketing tem mostrado isso também no mundo publicitário. O que há de mais hype no marketing estuda que áreas do cérebro são ativadas na hora do consumo.

“Com um aparelho de ressonância magnética é possível examinar o cérebro de uma amostra de consumidores, identificar as regiões associadas a certos comportamentos e detectar o que sentem quando pensam em determinadas marcas e produtos”, afirma um dos maiores estudiosos do assunto, Martin Lindstrom, em seu livro, A Lógica do Consumo.

Percebeu-se, então que o consumidor “mente” na hora de responder a pesquisas de mercado, desconstruindo assim muitas das estratégias publicitárias já tão difundidas.

“Fiquei muito surpreso em ver que as advertências nos maços de cigarros não funcionam. Algumas dizem, de maneira drástica e direta, que fumar é prejudicial à saúde e causa essa ou aquela doença. Essas advertências, ao contrário, incentivam as pessoas a fumar”, afirma Lindstrom.

Surpresa também foi a descoberta de que existe forte conexão entre religiões e marcas. “Queria entender os pilares sobre os quais se baseiam, e descobri que são os mesmos em todas: visão forte e poderosa, inimigo claro, apelo aos sentidos e narração de histórias estupendas. Cada vez mais, as marcas são desenvolvidas a partir desses elementos também”, argumenta o autor.

Outra: as propagandas com apelo sexual são lembradas por apenas 10% das pessoas. “Outro estudo mostrou que as mulheres, grandes compradoras, rejeitam publicidade com modelos muito atraentes e sensuais”, destaca ainda o autor.

Sensação marcante

O sócio diretor da Being Marketing, Bosco Couto, afirma que as descobertas do neuromarketing só são aplicadas por grandes corporações mundo afora. Por aqui, ele diz que usa a técnica nos escritórios da SJ Imóveis.

“Na SJ, como usamos o conceito de aconchego porque lidamos com o lar, optamos por dar cheiro de baunilha às agências. Segundo o neuromarketing, o cheiro de baunilha lembra a primeira infância da pessoa. Ela se sente confortável”, exemplifica Bosco. A música também é uma estratégia. “Fazemos tudo para que o cara que chega afobado do trânsito se acalme. Sempre que ele entrar em contato com essas marcações sensoriais ele vai lembrar da SJ”, conclui.

Afinal, as informações vivenciadas por emoções são gravadas mais rapidamente. Parece que o óbvio também é invisível aos olhos. Ou era.

Saiba mais
Para escrever o livro Buyology, lançado no Brasil como A Lógica do Consumo – Verdades e Mentiras sobre Por que Compramos (Ed. Nova Fronteira), Martin Lindstrom desenvolveu uma experiência que durou três anos, envolveu cerca de 200 pesquisadores e mais de 2 mil voluntários e custou aproximadamente US$ 7 milhões. A maioria dos participantes era proveniente dos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Japão e China.

Neuromarketing - Descodificando a mente do Consumidor - Autor: Pedro Camargo (Ed. Ipam)
A Lógica do Consumo - Autor: Martin Lindstrom (Ed. Fronteira.
Consumismo é Coisa da Sua Cabeça - O Poder do Neuromarketing - Autora: Nanci Azevedo (Ed. Ferreira)


Disponível em http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2012/04/24/noticiasjornaleconomia,2826645/a-propaganda-invisivel.shtml. Acesso em 06 ago 2013.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O boca a boca das redes sociais

O Povo Online
Que a Internet aproxima as pessoas, todo mundo já sabe. Mas será que as estratégias de marketing aplicadas hoje pelas empresas para expor a marca nas redes sociais têm surtido efeito positivo? O publicitário brasileiro sabe como aproximar consumidores por afinidade? Para 81% de influenciadores da web questionados sobre o assunto, não. Em pesquisa realizada pela Sixpix Content, batizada de YouPix Tank e que está na primeira edição, foi divulgado um estudo sobre as marcas brasileiras e sua participação nas redes sociais com base na opinião de formadores de opinião da web: os influenciadores. 

No estudo, o Facebook foi considerado pelos entrevistados como a melhor plataforma de relacionamento entre as marcas e o público. 41,7% das pessoas ouvidas acreditam que é a ferramenta mais adequada para divulgação de conteúdo da empresa, enquanto 36,1% preferem o Twitter. Sobre as estratégias de marketing no Facebook, especialistas afirmam: o que diferencia o sucesso entre uma marca e outra é a capacidade de chamar atenção sem parecer invasivo. Mas só isso não basta. É preciso investir na criatividade e no planejamento.

Exemplos de sucesso na rede de Mark Zuckerberg são as campanhas da Nextel, da Skol e da Coca-Cola. Com diferentes jogos e formas de entreter o internauta, cada uma com a sua estratégia, as marcas optam por garantir o compartilhamento das marcas pelo usuário entre os próprios amigos. Quem explica como o processo funciona é o diretor geral de criação da Flex Comunicação, André Nogueira: “As marcas fazem com que o fã utilize sua própria rede de contatos para passar aos amigos e fazer com que eles passem para outros amigos. Ao invés de ser invasiva, reforça a mensagem de forma a atrair curiosos, disseminando entre os amigos”.

O próprio conceito de rede social já pressupõe interação social, compartilhamento de ideias e recomendação de conteúdos. O que as marcas têm feito é se apropriar estrategicamente dessa definição de forma mais incisiva, dizem os publicitários. “Hoje em dia o poder de disseminação na rede social é mais potente do que o de um boca a boca”, compara André.