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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Consumindo e valorizando consciência

Marcelo Brandão
22 de outubro de 2013
 
Entre valores tangíveis e intangíveis, hoje, a empresa que melhor apresentar um portfólio de produtos e serviços coeso e aderente a estes conceitos, facilmente ganhará a preferência do consumidor. Com o foco na “valorização de pessoas”, a Losango é uma dessas companhias que se destaca no segmento de crédito direto ao consumidor

Hoje, no momento de comprar um produto ou serviço o consumidor não se apega somente ao preço. Para uma empresa moderna e atenta, valores intangíveis, como transparência, relacionamento, bom atendimento tornarem-se novos condutores na busca pela satisfação e fidelização deste novo consumidor.

Seja em mercados maduros ou emergentes, a equação entre valores tangíveis e intangíveis já se misturam e, como resultado, a empresa que melhor apresentar um portfólio de produtos e serviços coeso e aderente a estes conceitos, facilmente ganhará a preferência do consumidor.

Para tanto, ela passa a ser não só mais um player no mercado, mas uma “empresa cidadã”, aquela que oferece excelência no atendimento, qualidade no seu produto ou serviço, um pós-venda ativo, investimento no social e, acima de tudo, transparência no relacionamento.

Cumprir leis e desenvolver ações de responsabilidade socioambiental já não basta. É preciso agregar valores humanos ao negócio. Gastos milionários com propaganda também já não convencem e já não são mais necessários. A mensagem deve ter um conteúdo inteligente, simples, direto  - e se possível, bem humorado. A valorização do produto pela propaganda deve ser moderna e aderente às expectativas plurais e estratificadas do novo consumidor. O contato diário, tão valorizado em outras épocas e em pequenos negócios, retorna através de novos canais e o valor entre organizações e clientes passa a ser trabalhado e reconstruído diariamente. É  através destes conceitos e com base no respeito ao consumidor, que percebemos um movimento crescente em corporações atentas, e uma nova mentalidade de consumo começa a ser desenhada - e por que não, de negócios.

Porém, mesmo com todas estas evidências, ainda sim há casos que legitimam o alto volume de reclamações em órgãos de defesa do consumidor, judiciário e simultaneamente nas redes sociais – novas janelas para o diálogo e reclamações.

Mas, onde estará o erro, ou a saída para algumas empresas? Como seus gestores enxergam e identificam o seu maior valor? Deve-se valorizar o volume de vendas – arcando com o seu ônus – ou é melhor estar à margem da competição predatória, de resultados a curto prazo, e como apontam alguns especialistas, começar a produzir e a construir valor de verdade?

No Brasil, assim como em mercados internacionais, temos estes dois exemplos de conduta de negócios, mas, indiscutivelmente, todos hoje estão preocupados com uma questão primordial: a sobrevivência neste meio. Para tanto, criar valores que vão além do menor preço tornou-se um processo irreversível e necessário para aqueles que buscam a longevidade em seus negócios.

Neste ponto chegamos a um coeficiente: a utilização da consciência. Sim, porque consumidor feliz é aquele que hoje compra com consciência e empresa de sucesso é aquela que oferta e protege valores através do uso consciente de suas competências.

Diante desta afirmação, nada melhor do que um CEO brasileiro para debater esta postura. Conversamos com Hilgo Gonçalves, um líder de sucesso que ao longo de 6 anos de atuação à frente da Losango, maior fornecedora de soluções financeiras no segmento de crédito direto ao consumidor, viu sua companhia tomar a dianteira deste mercado, fidelizar clientes e stakeholders e ainda abocanhar diversos prêmios.

Recentemente ela foi reconhecida pela 7ª vez consecutiva como uma das melhores empresas para se trabalhar no país - segundo resultados de uma pesquisa nacional. A empresa conquistou também o título de 8ª Melhor Empresa para Trabalhar do Brasil, através de outra pesquisa de um importante Instituto, no qual a Losango já figura há seis anos consecutivos. Recentemente sua matriz no Rio de Janeiro também foi escolhida como a MELHOR Empresa do Estado, pelo mesmo Instituto.

Parafraseando o pensador e filósofo chinês, Confúcio, o segredo do sucesso estaria então em “contribuir para a felicidade do outro, e assim alcançar a própria felicidade?” Como atingir esta excelência? Qual é o segredo? Onde reside o material bruto que faz da Losango um exemplo de empresa que produz e protege valor para o seu negócio?

Em uma rápida entrevista com Hilgo Gonçalves tentamos extrair algumas explicações deste sucesso. Mas, como todo bom líder ele não ensina, apenas mostra o caminho.

Consumidor Moderno - Fale resumidamente o que faz da Losango líder de mercado e eleita por diversos anos como a melhor empresa para se trabalhar no Brasil?

Hilgo Gonçalves - Se eu pudesse resumir em duas palavras o que tem levado a Losango ao sucesso ao longo dos seus 42 anos, essas palavras seriam: Pessoas e Resultados. Todas as iniciativas, projetos, enfim, todas as decisões contam sempre com um grande envolvimento dos Colaboradores, que são os grandes responsáveis pela longevidade e progresso de nossa Empresa.

Temos um ambiente de trabalho aberto e de alta confiança, conectado e confiável e isto só é possível em uma empresa de alta confiança e de respeito às pessoas, tanto Colaboradores quanto Clientes, o que contribui significativamente para manter a saúde dos negócios. E este respeito aos Clientes é reforçado dia a dia na Losango. Tanto que, quando algum colaborador é perguntado sobre que dia é hoje, a resposta é uma só: hoje é dia do Cliente. É através desta premissa que a Losango atua, e também através da postura “é comigo mesmo”, em que nossos colaboradores são incentivados a assumirem a postura resolvedora, garantindo a satisfação do Cliente.

A Losango tem paixão pelo Varejo, é líder de mercado no segmento de crédito direto ao consumidor (CDC) e está presente em mais de 2 mil municípios. Nosso compromisso é estimular e ajudar os nossos parceiros a construírem cada vez mais um ambiente de consumo consciente e de crédito sustentável e, consequentemente, ajudamos o país a crescer com qualidade.

CM - Qual é o maior valor da companhia: o seu colaborador ou o seu cliente?

HG - O maior valor da Losango são as pessoas, tanto Colaboradores quanto Clientes, fornecedores, acionistas e todos os envolvidos. Temos uma crença de que “Antes de Cliente tem um ser humano, antes de um colaborador tem um ser humano”. Por isto, sempre tratamos as relações de forma transparente, objetiva e clara. O respeito às pessoas é fundamental para qualquer tipo de relacionamento na Losango. Para os Colaboradores, trabalhamos com a meritocracia, desenvolvemos inúmeras ações e campanhas internas de reconhecimento e mantemos com nossos Clientes o compromisso de atendê-los sempre com sorriso no rosto e na voz e resolvendo as suas questões no primeiro contato, ouvindo cada necessidade. Recentemente divulgamos para todos os nossos Clientes a "Carta Losango ao Varejo"*, em que mostramos que estamos conectadas ao mercado e à sociedade, preocupados com o crescimento do país de maneira sustentável e consciente. Além disto, lançamos também uma Cartilha de Crédito Sustentável e temos a campanha interna "Atitude – Toda a Losango focada em melhorar a experiência do cliente", que tem como objetivo manter a qualidade no atendimento.

CM - Percebemos que o consumidor tem se tornado mais seletivo, exigente e informado. Como a Losango tem acompanhado essa evolução e de que forma a empresa tem refletido isso para a melhoria do seu negócio?

HG - Temos como propósito levar soluções sustentáveis para o varejo. Fazemos isto através da venda consciente, em que cada consumidor é orientado, seja em uma das nossas unidades ou através de nossos mais de 20 mil lojas parceiras, a adquirir o produto adequado a sua necessidade. Para que uma compra seja concluída, antes disso o cliente deve saber exatamente o que está comprando, os atributos de cada produto para que esta compra seja consciente.

Visando acompanhar às necessidades dos nossos Clientes, criamos um portal de orientação financeira (www.vocefazacontecer.com.br), em que geramos conteúdo educativo e divulgamos dicas e orientações sobre como usar melhor o dinheiro sem comprometer o orçamento, inclusive através de matérias com um consultor financeiro especializado. Além disso, temos um perfil institucional no Facebook e no Twitter, que atendem os clientes e um portal de treinamento, em que preparamos a força de vendas dos nossos lojistas parceiros. Para atender todos os clientes, a Losango oferece conexão de canais de atendimento, seja por telefone, redes sociais, e-mail, para que todas as suas dúvidas sejam atendidas.

CM - Hoje o aculturamento e a educação do consumidor estão em evidência. Como a Losango trabalha estes pontos com seus clientes?

HG - Temos mantido o investimento na orientação financeira, desde 2009, contamos com um Portal de Treinamento de Crédito Sustentável, nele, orientamos os colaboradores dos nossos lojistas a atenderem adequadamente os clientes. Vale ressaltar que, até o momento, já atingimos 60 mil ações de treinamento. Para reforçar a nossa preocupação com o crédito com qualidade, a Losango dá total suporte aos Clientes através dos nossos canais de atendimento, dos nossos consultores de vendas, que fazem o acompanhamento próximo do parceiro, garantindo que todas as suas necessidades sejam atendidas, a fim de que levemos para o Cliente final o crédito com qualidade.

CM - Se levarmos em conta que valor para uma empresa pode ser tangível (resultados financeiros de curto prazo, por exemplo) e intangível (reputação, solidez econômica a longo prazo...) de que forma a Losango equaliza estes conceitos para o seu sucesso do seu negócio?

HG - Tendo cada vez mais eficiência sustentável e levando valor agregado a todos os stakeholders. Queremos contribuir para que o consumidor possa realizar a compra de um bem de seu desejo dentro da sua capacidade de pagamento.

Estimulamos sempre o Crédito Sustentável, ou seja, caso o consumidor tenha recursos para comprar à vista, deve fazê-lo e caso precise de crédito, deve tomá-lo de forma consciente. Prezamos por uma relação de qualidade, durável e sustentável, já que esse cliente voltará a consumir e consequentemente movimentará a economia. A Losango procura sempre valorizar as pessoas e suas necessidades, por isso a importância da orientação financeira e do crédito sustentável. Prezamos por uma relação de qualidade, durável e sustentável, que movimente a economia. A nossa estratégia é proximidade e alinhamento com a nossa gente.

Acreditamos no que chamamos de Círculo Virtuoso, ou seja, com equipes preparadas para oferecer o produto mais adequado para cada perfil, teremos consumidores aptos para escolher a opção de crédito mais adequada e realizar uma compra consciente.


Disponível em http://consumidormoderno.uol.com.br/negocios-marcas/consumindo-e-valorizando-consciencia. Acesso em 24 out 2013.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A propaganda invisível

Luar Maria Brandão
24/04/2012
Para longe dos malabarismos visuais que algumas propagandas insistem em fazer, são os aromas que percebemos e os sons que embalam as ações publicitárias as armas mais poderosas para fixar uma marca.

Duvida? Quem já usou sandálias Melissa sabe que existe uma por perto antes mesmo de vê-la, só por causa daquele cheirinho característico de chiclete. E o som de cinco notas que toca toda vida que alguém liga um celular Nokia ou então um computador Microsoft?

Se, já dizia o ditado, o essencial da vida é invisível aos olhos, o chamado neuromarketing tem mostrado isso também no mundo publicitário. O que há de mais hype no marketing estuda que áreas do cérebro são ativadas na hora do consumo.

“Com um aparelho de ressonância magnética é possível examinar o cérebro de uma amostra de consumidores, identificar as regiões associadas a certos comportamentos e detectar o que sentem quando pensam em determinadas marcas e produtos”, afirma um dos maiores estudiosos do assunto, Martin Lindstrom, em seu livro, A Lógica do Consumo.

Percebeu-se, então que o consumidor “mente” na hora de responder a pesquisas de mercado, desconstruindo assim muitas das estratégias publicitárias já tão difundidas.

“Fiquei muito surpreso em ver que as advertências nos maços de cigarros não funcionam. Algumas dizem, de maneira drástica e direta, que fumar é prejudicial à saúde e causa essa ou aquela doença. Essas advertências, ao contrário, incentivam as pessoas a fumar”, afirma Lindstrom.

Surpresa também foi a descoberta de que existe forte conexão entre religiões e marcas. “Queria entender os pilares sobre os quais se baseiam, e descobri que são os mesmos em todas: visão forte e poderosa, inimigo claro, apelo aos sentidos e narração de histórias estupendas. Cada vez mais, as marcas são desenvolvidas a partir desses elementos também”, argumenta o autor.

Outra: as propagandas com apelo sexual são lembradas por apenas 10% das pessoas. “Outro estudo mostrou que as mulheres, grandes compradoras, rejeitam publicidade com modelos muito atraentes e sensuais”, destaca ainda o autor.

Sensação marcante

O sócio diretor da Being Marketing, Bosco Couto, afirma que as descobertas do neuromarketing só são aplicadas por grandes corporações mundo afora. Por aqui, ele diz que usa a técnica nos escritórios da SJ Imóveis.

“Na SJ, como usamos o conceito de aconchego porque lidamos com o lar, optamos por dar cheiro de baunilha às agências. Segundo o neuromarketing, o cheiro de baunilha lembra a primeira infância da pessoa. Ela se sente confortável”, exemplifica Bosco. A música também é uma estratégia. “Fazemos tudo para que o cara que chega afobado do trânsito se acalme. Sempre que ele entrar em contato com essas marcações sensoriais ele vai lembrar da SJ”, conclui.

Afinal, as informações vivenciadas por emoções são gravadas mais rapidamente. Parece que o óbvio também é invisível aos olhos. Ou era.

Saiba mais
Para escrever o livro Buyology, lançado no Brasil como A Lógica do Consumo – Verdades e Mentiras sobre Por que Compramos (Ed. Nova Fronteira), Martin Lindstrom desenvolveu uma experiência que durou três anos, envolveu cerca de 200 pesquisadores e mais de 2 mil voluntários e custou aproximadamente US$ 7 milhões. A maioria dos participantes era proveniente dos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Japão e China.

Neuromarketing - Descodificando a mente do Consumidor - Autor: Pedro Camargo (Ed. Ipam)
A Lógica do Consumo - Autor: Martin Lindstrom (Ed. Fronteira.
Consumismo é Coisa da Sua Cabeça - O Poder do Neuromarketing - Autora: Nanci Azevedo (Ed. Ferreira)


Disponível em http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2012/04/24/noticiasjornaleconomia,2826645/a-propaganda-invisivel.shtml. Acesso em 06 ago 2013.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Idoso é público-alvo interessante, comprova IBGE

Marcelo Brandão
Segundo estatísticas do IBGE, no ano 2000, 30% dos brasileiros tinham de zero a 14 anos, e os maiores de 65 representavam 5% da população. Em 2050, esses dois grupos etários se igualarão: cada um deles representará 18% da população brasileira. Se em 2000 o Brasil tinha 1,8 milhão de pessoas com 80 anos ou mais, em 2050 esse contingente poderá atingir os 13,7 milhões, representando um crescimento em torno de 4,16% ao ano.

A expectativa de vida dos mais velhos, segundo o mesmo levantamento, será de 81,3 anos em 2050. Nessa toada, vivendo mais e melhor, a terceira idade passa a ser um nicho de mercado muito interessante para empresas de diferentes segmentos.
Números que, além de traduzidos em um enorme potencial de vendas, podem se tornar uma interessante fonte de mão de obra. Se compararmos a taxa de atividade profissional das mulheres idosas brasileiras com a de países europeus, por exemplo, vemos que o Brasil, México e Argentina se destacam com uma taxa em torno de 20%. Um cenário que não deixa dúvidas para a valorização dessa parcela da população.
Pensando nas diferenças
Não investir no atendimento adequado, na criação de produtos e inclusive postos de trabalho, pode ser um erro fatal para empresas e comércio. Um bom exemplo dessa visão otimista de mercado pode ser notado na linha de calçados da loja Perere de São Paulo. A loja foi pioneira no ‘comfort shoes’ no Brasil, uma linha de calçados pensando especialmente na terceira idade – que representa, atualmente, 40% dos clientes da loja.
Segundo Patrícia Guedes, proprietária da loja. o conceito de ‘comfort shoes’ surgiu há 17 anos quando ela sentiu falta de ter aqui no Brasil, marcas de calçados de conforto – conceito já bastante difundido na Europa. Assim, a empresária decidiu inaugurar a primeira loja desse tipo de calçados no País.
A princípio ela trabalhava somente com marcas importadas. Hoje o portfólio se expandiu e devido à procura, a loja começou a trabalhar com calçados de marca própria também.
“O consumo desse tipo de calçados é alto. Pelo público feminino ainda é maior, mas os homens também compram, entretanto, com mais moderação e parcimônia”, explica Patrícia sobre sua cartela de clientes.
Turismo
Só no Estado de São Paulo 63% dos idosos viajam, no mínimo, uma vez por ano. O turismo da terceira idade já movimenta R$ 20 milhões por ano no Brasil. Para a maioria das agências de turismo do País este público representa, hoje, em média, 25% das vendas.
A maioria utiliza portais de vendas online, onde oferecem uma grande variedade de destinos e serviços. Os destinos internacionais e os de cunho religioso vem em primeiro lugar. Os nacionais têm como carro chefe as cidades do nordeste brasileiro, seguido do sul do País.
Para Antonio Torino Neto, diretor comercial da agência Vamos Turismo, o período de maior procura deste público é “fora da temporada”, já que nas temporadas, eles se equivalem às férias da grande maioria e portanto, são muito visitados pelos familiares (filhos e netos).
Para Torino este público adora viajar e quer se sentir seguro na hora da compra e serem tratados com dignidade e muita educação. “Eles estão voltando a ser crianças novamente, porém com um poder de escolha bem mais apurado e com as condições de negociação muita aguçada. Oferecer um serviço de qualidade, com excelência e se possível, demonstrar a satisfação dos que já utilizaram, faz toda a diferença”, comenta Torino.
Para o setor de turismo o mercado vem crescendo e quem tiver a sensibilidade para tratar este nicho de consumidores terá um diferencial de receita muito grande nos próximos 10 ou 15 anos. “A grande dificuldade que encontramos hoje é a de sensibilizar as cadeias que são os fornecedores de serviços. Atualmente é difícil encontrarmos tarifas já preparadas para este mercado e quando solicitamos nem sempre elas vêm com a base tarifaria que o governo orienta”, comenta Torino sobre as dificuldades que o setor de turismo brasileiro enfrenta para se equiparar aos mercados internacionais.
Parcela produtiva
Um público que viaja mais vive mais e com mais qualidade, é também um público produtivo. Foi pensando assim, que algumas empresas tomaram iniciativas para valorizar e ajudar na inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho.
A rede Pizza Hut, da Grande São Paulo, por exemplo, há sete anos criou o “Programa Atividade”, projeto que proporciona emprego e renda para profissionais com mais de 60 anos.Já passaram pelo programa 200 pessoas e, atualmente 10%, do quadro de funcionários da rede são desse faixa etária. “Fortalecemos a nossa equipe com cidadãos que possuem a experiência dos mais velhos, mas a mesma vontade de superar os desafios dos mais jovens” cita Reynaldo Zani, gerente geral da Pizza Hut SP. Só neste ano a rede abriu mais 50 postos de trabalho para estes profissionais.
Pioneira no Brasil na avaliação do atendimento ao consumidor, por meio do “cliente secreto”, a Shopper Experience é outra empresa que investe nessa tendência.
Para Stella Kochen Susskind presidente do grupo, “o mercado brasileiro ainda trata o consumidor com mais de 60 anos como um consumidor invisível”. Não convencida que empresários e gestores brasileiros estariam atentos a este gargalo, a empresa decidiu criar o projeto “Peritos da terceira idade”.
No projeto a empresa recruta maiores de 60 anos de todo o Brasil dando a eles uma oportunidade de trabalho e, ao mesmo tempo, analisa o atendimento aos clientes em idade avançada. O grupo é formado por profissionais liberais, aposentados e donas de casa, que representam hoje, 3% da base de pesquisadores da empresa. “Trata-se de um levantamento criterioso e amplo, que mostra aos empresários o dano financeiro e social causado por um atendimento equivocado”, explica Stella.
Uma iniciativa valiosa que ajuda o mercado a entender os anseios deste cliente e alerta o empresário na redução de perdas nas vendas, além de antecipar produtos e serviços que podem potencializar seu desempenho no futuro.
“Além disso, queremos fomentar o mercado de trabalho para os idosos. Estamos comprometidos em propagar o ‘consumo inclusivo’ – um modelo em constante evolução que acompanha a transformação da sociedade e dos consumidores”, argumenta Stella.
Informação adequada: consumidor fiel e satisfeito
As mídias televisiva e impressa continuam sendo os canais mais utilizados pelo idoso na hora de conhecer seus direitos. Alguns, já arriscam a navegar pela internet para se atualizarem sobre estas informações, mas ainda é uma parcela tímida.
Segundo a advogada Fabíola Meira, falta esclarecimento e atendimento adequado para fidelizar este consumidor. “Os idosos, assim como a população em geral, tem manifestado mais interesse na busca de informações sobre o que está correto ou não no mercado de consumo, na publicidade, nas ofertas, etc. No entanto, os idosos ainda não conseguem exercer este direito plenamente, sendo obrigados a recorrer ao Poder Judiciário ou aos órgãos de proteção e defesa do consumidor. Isso se deve em boa parte, aos muitos fornecedores que não demonstram preocupação em ouvir suas dúvidas, sugestões ou reclamações”, afirma a advogada.
Para ela, a única forma do Código ser respeitado e dos fornecedores terem fidelizados esta classe de consumidor é o cumprimento disposto na legislação no tocante à informação (clara, ostensiva, com letras grandes, em língua portuguesa, que não induzam em erro ou equivoco quanto aos dados essenciais). “Os principais problemas estão na disposição das informações no comércio em geral. As diferenças entre preço à vista e preço parcelado, taxa de juros, diferença de preço nas diversas modalidades de pagamento ou de cartão, são alguns exemplos”.
É imprescindível que os fornecedores estejam atentos a isso. Ignorar um atendimento diferenciado é ledo engano. Muitos idosos apresentam alto poder aquisitivo e, por consequência, poder de consumo.
A vulnerabilidade, natural em razão da idade e das conseqüências desta fase da vida, leva à falta de compreensão de muitos aspectos no momento da compra ou da contratação de serviços.
Assim, se fornecedores e gestores tiverem pleno conhecimento destas deficiências e alterarem a forma de atendimento para este consumidor, ao mesmo tempo em que estarão cumprindo o Código de Defesa do Consumidor e visto com bons olhos pelos órgãos de proteção e defesa e pelo Poder Judiciário, certamente terão clientes satisfeitos, fidelizados e seguros.