Mariana Flores
Historicamente uma das mais
empreendedoras do mundo, as mulheres brasileiras também ocupam espaço
importante entre os trabalhadores por conta própria formalizados. De cada 100
empreendedores individuais, 45 são mulheres, segundo um levantamento feito pelo
Sebrae com dados do Serviço Federal de Processamento de dados (Serpro). No
total, somam 450 mil formalizados.
E a tendência é que esse número
aumente, uma vez que as brasileiras são mais empreendedoras que os homens – dos
empreendedores no mercado nacional – incluindo micro e pequenos empresários -,
53% são mulheres, segundo a Pesquisa Empreendedorismo no Brasil 2009, dado mais
recente do levantamento anual feito pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM).
No Piauí a participação das mulheres
se igualou à dos homens. Algumas pela necessidade, mas também há muitas que
enxergam uma oportunidade no empreendedorismo, caso da cabeleireira Maria da
Guia do Carmo Santos, de 35 anos. Após cinco anos trabalhando como funcionária
de salões de beleza de Teresina, ela pediu demissão para trabalhar por conta
própria em 2008. No ano passado, Maria da Guia se formalizou como Empreendedora
Individual. Agora se prepara para atender seus clientes em um espaço próprio, e
não mais em sua casa, e contratar um funcionário.
A cabeleireira atende, em média, 30
pessoas por semana. Desde que passou a trabalhar por conta própria, sua renda
mensal saltou de um salário mínimo para R$ 3 mil. A renda maior lhe permite não
só se capacitar, já que vem fazendo cursos, como melhorar a qualidade do
serviço oferecido. "Mas o mais importante é que estou conseguindo realizar
meu grande sonho, que é comprar minha casa própria. Já dei a entrada e em breve
finalmente vou sair do aluguel", comemora.
Em outros oito estados, a igualdade
entre homens e mulheres no universo de empreendedores também está próxima.
Segundo o levantamento, no Acre, Alagoas, Amapá, Ceará, Espírito Santo,
Maranhão, Roraima e Sergipe a participação feminina está acima de 48% do total
de empreendedores por conta própria. A menor participação de mulheres no
mercado total está na Bahia, Goiás, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná e
Tocantins, que possuem um percentual de mulheres inferior à média nacional –
oscila entre 43% e 44%.