Priscila Zuini
25/04/2012
Que a vida de empreendedor não é fácil quase
todo mundo já está cansado de saber. Quando se é dono de uma pequena empresa,
tudo paira sobre você. São contas a pagar, funcionários para administrar,
estoque para comprar. Em meio a isto, os empreendedores quase que
invariavelmente precisam abrir mão de coisas importantes, como tempo e
dinheiro.
A história dos empreendedores mostra como esses sacrifícios
são, muitas vezes, recompensados. A chave do sucesso está na persistência. Veja
a seguir exemplos de sacrifícios que os empreendedores costumam fazer pelo bem
do negócio.
1. Casa
O capital que uma pequena empresa exige para começar a
operar geralmente extrapola as economias do empreendedor. Por isso, as pessoas
começam a se desfazer de bens, como carros e até a própria casa. É o caso de
Antonio Carlos Viégas, diretor da Moldura Minuto.
Viégas viveu e trabalhou por três anos em Portugal para
acumular capital. Na volta, descobriu que o dinheiro ainda não era suficiente.
“Ainda faltava 40 mil reais para abrir a empresa e eu não podia me dispor desse
dinheiro. Então, pedi para morar com a minha sogra”, conta. Viégas e a esposa
dividiam o quarto com outras duas pessoas, mas ele garante que este sacrifício
foi essencial para a empresa. “Se não fossem eles, o negócio não teria
decolado”, diz.
2. Tempo
Uma empresa consome praticamente todo o tempo disponível do
empreendedor, já que o negócio continua mesmo depois do fim do expediente. É o
dono que costuma fechar o caixa ou ficar até mais tarde organizando o espaço.
Se não bastasse isso, em casa o empreendedor não desliga e o assunto empresa
continua na cabeça.
Estar preparado para abrir mão de tempo livre ou para lazer
é essencial no começo da empresa. “No primeiro ano de atividade, eu e minha
esposa [Elza Martin] tínhamos somente um auxiliar e éramos responsáveis por
toda a rotina de um novo empreendimento, desde compra, venda, entrega e
cobrança até pagamentos”, conta Lindolfo Martin, fundador rede Multicoisas.
3. Profissão
Começar um projeto empreendedor e manter o emprego costuma
dar certo por um tempo. Depois, a empresa vai demandar mais atenção e fica
difícil conciliar as duas coisas. Ricardo Tabach é um exemplo disso. Ele era
auxiliar técnico da seleção brasileira masculina de vôlei quando Bernardinho
propôs que ele se dedicasse totalmente à franquia da Escola de Vôlei
Bernardinho.
A decisão de deixar de lado uma possibilidade de ouro
olímpico em Londres pesou, mas o negócio falou mais alto. “A marca está em
plena expansão e fico feliz por ter participado desse processo, mesmo tendo que
abrir mão de uma atividade que me dava muito prazer”, afirma Tabach.
4. Dinheiro
Estabilidade não combina com o começo de uma pequena
empresa. Quem abre um negócio sabe que os primeiros meses são turbulentos e
demandam um alto volume de capital de giro. O dinheiro que a empresa consome
costuma apertar as contas pessoais, mas a recompensa aparece quando os lucros
começam a surgir.
Vanessa Caldas é sócia da loja virtual Amo Muito e deixou o
emprego para se arriscar. “Abri mão da estabilidade e da segurança de um
salário certo no fim do mês. Abrir uma empresa sem muitos recursos é um dos maiores
riscos que os empreendedores podem correr. Larguei meu trabalho e investi todo
meu tempo e dinheiro na empresa. No primeiro ano foi extremamente difícil, mas
eu tinha a certeza que estava no caminho certo e os resultados me incentivavam
a continuar”, conta Vanessa.
Disponível em
http://exame.abril.com.br/pme/noticias/4-sacrificios-que-os-empreendedores-precisam-fazer-pelo-negocio?page=1&utm_medium=twitter&utm_source=twitterfeed.
Acesso em 18 set 2013.