Valor Econômico
16/04/2012
Grandes varejistas de moda, como Renner, Inbrands e Hering,
ainda não têm muito claro como se dará a expansão do comércio de roupas pela
internet, mas estão investindo para aprimorar suas plataformas e facilitar as
vendas.
A holding de moda Inbrands, dona de 12 marcas (Ellus e
Richards, entre elas) e controlada pelo fundo Pactual Capital Partners (PCP),
já tem cinco lojas na web e se prepara para lançar, ainda este ano, mais cinco.
Flávio Nijs, diretor de internet da Inbrands, prevê que as vendas online deverão
responder por um cerca de 15% do seu faturamento global da holding até o final
de 2015. "Posso estar sendo conservador nessa estimativa", diz.
A aposta da empresa na decolagem das operações na internet
se inspira nos bons resultados que ela vem obtendo com a marca Richards.
Segundo Nijs, as vendas online da marca este ano já superam em 20 % a da loja
do Shopping Iguatemi, em São Paulo.
Nijs calcula que o e-commerce da companhia, que respondeu
por apenas um 1% da receita da Inbrands em 2011, deve fechar o ano
representando uma fatia de entre 4% e 5%. Isso inclui a performance das lojas
virtuais já existentes (Richards, Salinas, Bintang, Ellus e VR) e as que estão
previstas para serem lançadas este ano (2nd Floor, VR Kids, Mandi, Alexandre
Herchcovitch e Bob Store).
Em mercados mais maduros, como nos Estados Unidos, as lojas
virtuais chegam a responder por mais de 25% do faturamento de uma grife de
vestuário. No Brasil, explica Nijs, há um gargalo logístico. "Há um vácuo
no mercado de empresas que façam esse trabalho com eficiência", afirma.
Por causa disso, a Inbrands, que enfrentou falhas de
implementação de um sistema terceirizado de gerenciamento dos estoques em 2010,
está desenvolvendo uma plataforma interna própria, com investimento de R$ 2
milhões. O sistema deve ficar pronto em junho e vai permitir, dentre outras
coisas, integrar a gestão de todas as "webstores" da holding. "O
diferencial da nova plataforma é estabilidade, confiabilidade das informações e
muita flexibilidade em alterar conteúdo", explica Nijs.
Para Leandro Balbinot, diretor de TI da Renner, o canal de
e-commerce sempre pode surpreender e por isso é difícil fazer projeções hoje. A
companhia começou a operar uma loja virtual no ano passado. As vendas dos
primeiros meses deste ano, segundo Balbinot, estão cerca de 80% acima das
realizadas no mesmo período em 2011 e já equivalem ao faturamento de uma loja
média da companhia.
A taxa de conversão (a relação entre vendas e visitas ao
site), diz ele, subiu de 0,6% para entre 0,8 e 1%, que "no setor de
vestuário, é uma taxa boa". Para ampliar esse indicador, a Renner tem
apostado na melhoria da interação com seus consumidores, como o lançamento da
tabela de medidas em novembro, e inauguração de coleções exclusivas para
e-commerce, como a de tamanhos especiais.
Representando menos de 1% das vendas totais, a loja da
Hering na internet já é a maior loja da empresa. Por causa disso, no ano
passado, a companhia investiu na construção de um centro de distribuição
exclusivo para o canal. Nos próximos dias, a empresa lançará uma nova
"webstore", com novidades como um provador virtual. "Não sabemos
exatamente até onde o canal chega, mas é o que mais cresce", diz o
presidente da Hering, Fábio Hering. No ano passado, as vendas online da Hering
cresceram 124,8% em relação a 2010.
A C&A teve uma loja na web de 2000 a 2004. Relançada em
2009, a loja agora é ativada apenas para venda antecipada de coleções
especiais, como as assinadas pela estilista Maria Filó e pela modelo Gisele
Bündchen, em março deste ano.
Disponível em
http://www.valor.com.br/empresas/2616840/varejo-investe-para-vender-roupa-na-web?utm_source=newsletter_tarde&utm_medium=16042012&utm_term=varejo+investe+para+vender+roupa+na+web&utm_campaign=informativo&NewsNid=2615682.
Acesso em 24 ago 2013.
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