Camila Lam
22/05/2012
Às vezes, um nome pode ser determinante para que
sua empresa seja um sucesso. Para André Urdan, professor de marketing da Escola
de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas
(FGV-EAESP), é como escolher o nome de seus filhos: é preciso dedicação e
tempo.
A consequência de um nome mal escolhido pode render dores de
cabeça se você não verificar se sua marca está de acordo com especificações da
Junta Comercial, por exemplo. Ao se arrepender da escolha, é preciso dinheiro e
tempo para promover outro nome. Confira abaixo, oito erros que empreendedores
cometem ao nomear sua empresa.
1. Não se planejar
“É preciso tomar o tempo necessário para escolher o nome.
Toda a reputação vai estar em volta do nome e da marca escolhida”, afirma
Giancarlo Greco, professor de marketing do Insper. Ele ainda recomenda que, se
tiver condições, o ideal é buscar ajuda de um profissional que possa auxiliar
no ponto de vista da criatividade e levantar as marcas existentes no mercado.
De acordo com o Frederico Mafra, professor de marketing
estratégico do Ibmec-MG, para facilitar, o empreendedor pode pensar também no
posicionamento que a empresa quer ter no mercado. “Um erro é ignorar que o nome
da marca é um identificador fundamental que merece estudo e reflexão. É o que
vai chegar aos consumidores, fornecedores e a vários públicos, não pode ser
somente uma preferência pessoal do empreendedor”, afirma Urdan.
2. Escolher nomes longos
“O nome tem que ser fácil de gravar como Nike, Twitter e
Apple”, diz Mafra. Para ele, nomes longos e difíceis de serem escritos podem
ser inconvenientes durante uma reunião de negócios, por exemplo, em que os
prováveis fornecedores ficam com medo de pronunciar o nome de maneira
incorreta.
3. Ter nome muito parecido com o do concorrente
Para Greco, o nome é que ajudará sua empresa a se destacar
no mercado, por isso, um nome muito similar ao do concorrente pode ser uma
estratégia de querer se aproximar do líder, mas não é vantajoso. “Você acaba
confundindo os clientes”, explica.
Urdan alerta que o empreendedor pode se atrapalhar
judicialmente se outra empresa se sentir imitada. "Ele está aproveitando
da confusão das marcas e pegando “carona” nas vendas. Mas sua empresa não se
sobressai”, diz.
“Às vezes funciona, o problema é que em médio prazo você
será visto como uma cópia e uma empresa sem identidade própria”, alerta Mafra.
4. Recorrer a palavras muito genéricas ou específicas
Urdan explica que nomes muito óbvios, que sintetizam o
serviço ou produto da empresa, podem ser uma saída fácil inicialmente. Afinal,
esta estratégia ajuda a definir melhor o que a empresa faz através do nome.
Escolher palavras muito genéricas ou muito específicas e regionais pode ser um
erro, já que sua empresa fica sem uma marca bem definida.
Para Mafra, nomes regionais podem limitar o crescimento da
marca, já que um termo típico do Nordeste pode não fazer sentido no Sul do
país.
5. Associar ao próprio nome
“Isso é uma faca de dois gumes, quando você associa seu nome
à empresa, fica para sempre. E, se amanhã o empreendedor abrir outro negócio,
corre o risco de ser associado ao anterior”, afirma Mafra.
Ele explica que a exceção existe para alguns nichos como
escritórios de advocacia, que aproveitam o nome já reconhecido no mercado.
6. Recorrer a palavras de outros idiomas
Neste caso, o erro não é usar termos em inglês ou de outras
línguas estrangeiras, e sim, não se preocupar com o sentido da palavra e se
será de fácil entendimento e pronúncia do público. “Se as palavras já foram
incorporadas no nosso vocabulário, não tem problema. Mas se a recepcionista de
sua empresa tem problema em pronunciar o nome, é preciso cuidado”, afirma
Greco.
7. Ignorar a sonoridade
“Há propriedades fonéticas que são bem apropriadas para
determinados segmentos”, afirma Urdan. Por isso, antes de nomear sua empresa,
ele recomenda que empreendedores pesquisem sobre quais vogais e consoantes são
recomendadas para determinados mercados. Para Greco, um nome com sonoridade
ruim não associa simpatia aos clientes e fornecedores.
8. Abusar de siglas
Para os professores, as siglas podem ser mais fáceis, mas é
importante que signifiquem algo. “De alguma forma, você tem que saber qual o
serviço ou produto que esta sigla traduz”, explica Greco.
Disponível em http://exame.abril.com.br/pme/noticias/8-erros-fatais-ao-escolher-o-nome-da-sua-empresa?page=1&utm_campaign=news-diaria.html&utm_medium=e-mail&utm_source=newsletter.
Acesso em 18 set 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário