Gouvêa de Souza
11 Out 2013
É cada vez maior o número de marcas que apostam na abertura
de lojas ou quiosques próprios para se aproximar de seus clientes e testar a
aceitação de seus produtos. Para os especialistas ouvidos pelo Brasil
Econômico, esta é uma estratégia que tende a crescer no país, mas que deve
conviver com outros formatos de venda.
“Os produtos são hoje pouco ou nada diferenciados, o que
fica é a marca. Este tipo de loja não só aumenta as experiências do consumidor
com a grife, mas favorece as pesquisa de mercado, a fidelização, a avaliação de
inovações e até questões de comunicação, como embalagens. As lojas próprias
devem crescer, mas não vão acabar com outros formatos”, explica o coordenador
adjunto da Graduação em Comunicação do Ibmec/RJ, Eduardo Murad.
“As Havaianas, por
exemplo, têm lojas próprias, revendas exclusivas, estão em multimarcas e são
vendidas em outros lugares”, completa. A marca de sandálias de borracha tem
hoje duas lojas próprias, na Oscar Freire e no Shopping Jardim Sul, em São
Paulo, além de 303 franquias no país.
O diretor dos cursos de Administração e Relações
Internacionais da ESPM/RJ, Marcelo Guedes, concorda e reforça que estas lojas
são uma oportunidade de trabalhar a marca. “Essa ação é forte por vários
motivos: acesso ao consumidor final, fortalecimento da marca, teste de produtos
novos. O principal é ser um laboratório que não depende de terceiros”, diz.
Um exemplo bem-sucedido no formato é a Samsung. Seu projeto
de lojas próprias começou em abril de 2012 em todo o mundo. E hoje será
inaugurada a 61ª unidade, em Goiânia. Segundo o diretor do canal de lojas próprias da marca,
Demetrius Oliveira, faz parte da estratégia expor todos os aparelhos. “Tivemos
que fazer escolhas e optamos por ter apenas produtos móveis, que o consumidor
consegue carregar. Não vendemos linhas branca e marrom. As lojas foram planejadas
para serem consultorias”, destaca.
O objetivo da coreana é estar nas principais capitais e
centros comerciais do Brasil. “Não temos metas de número de lojas, que são
todas franquias. O mercado brasileiro é importantíssimo para a Samsung, principalmente
em smartphones. Estamos indo para onde o cliente está”, diz Oliveira.
A Kibon trouxe para o país a Kibon Station, modelo que já é
sucesso em países da Europa. A primeira loja de personalização de sorvetes foi
inaugurada no Shopping Eldorado, em São Paulo. No mês que vem, será a vez do
Shopping Tamboré receber uma unidade.
“É uma nova experiência de marca, em que o consumidor
escolhe o sabor do sorvete e depois as coberturas. É também uma oportunidade de
estarmos nos shoppings, canal que não estávamos presentes antes. Já temos mais
de 600 unidades no mundo, mas ainda não há meta de expansão aqui. Kibon é uma
marca que a atende a todos, tanto que iniciamos por dois perfis de shoppings
diferentes”, diz a gerente de Marketing da Kibon, Isabel Masagão.
No ano passado, a marca já havia tido experiência parecida
com a loja Magnum. “Ela foi criada para funcionar de outubro a dezembro, mas
ficamos até fevereiro. A experiência foi tão bem-sucedida que acabou replicada
em um caminhão itinerante, que passou por seis cidades de São Paulo”, completa
ela.
Já a Skol optou por um modelo um pouco diferente, um
e-commerce que não vende a cerveja, mas sim produtos que trazem o logo, lançado
no fim do ano passado. “Buscamos atender uma demanda do consumidor por produtos
Skol. Muitas promoções não conseguem chegar no Brasil inteiro e o e-commerce
resolve isso”, explica a gerente de Trade da Skol, Mariana Sena.
Disponível em
http://www.gsmd.com.br/pt/noticias/mercado-consumo/fabricantes-investem-em-lojas-proprias-para-reforcar-marcas.
Acesso em 17 out 2013.
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