Mauro Segura
17 DEC 2013
Dias atrás, li mais uma vez uma matéria antiga chamada “É
preciso entender o que motiva seus consumidores a interagir com suas marcas”,
publicada na revista Pequenas Empresas Grandes Negócios (PEGN). Foi uma
entrevista do Professor Henry Jenkins, coordenador do programa de estudos de
mídias do Massachussets Institute of Technology (MIT).
O professor Jenkins comenta a importância de as empresas
monitorarem as redes na web para ouvir seus consumidores, entender suas
preferências e motivações, bem como sobre o que e de que forma eles querem
interagir. O pulo do gato na entrevista é quando ele lista três conceitos
errados que as empresas praticam e que prejudicam a sua interação com os
consumidores.
Usando as suas argumentações, e agregando a minha visão, eis
os conceitos:
1-COMUNIDADES
As empresas acreditam, e ainda teimam, em criar comunidades
ao redor de suas marcas. Poucas realmente têm sucesso. Trazer consumidores e
admiradores para as comunidades proprietárias das empresas continua sendo
custoso e difícil para as empresas. Conceitualmente, o caminho correto é as
empresas entrarem nas comunidades já existentes, criadas por terceiros, mas aí
há um desafio complicado porque, muitas vezes, as comunidades não aceitam tal
entrada. As empresas devem pensar em si como um convidado dessas comunidades,
que precisa entendê-las e respeitar as práticas e normas já existentes. O
caminho é de diálogo.
2-CONTROLE
As marcas querem entrar nas comunidades, mas tendo o
controle destas. Esta é uma cultura enraizada em quase todas as empresas,
existe um temor da perda de controle, mas a verdade absoluta é que elas já
perderam o controle há um bom tempo. Existe um sentimento de conteúdo
proprietário e a eterna fiscalização sobre o que os clientes e consumidores
estão fazendo com ele. O desafio agora é desapegar. As empresas têm que dar
liberdade aos consumidores para que eles façam o que quiserem com o conteúdo
produzido por elas. E entendam conteúdo da forma mais abrangente possível:
texto, imagem, vídeo etc. Estamos todos em busca de um novo padrão de interação
entre empresa e consumidor, que seja significativo, proveitoso e divertido para
ambos os lados.
3 - CONTEÚDO VIRAL
Gerar conteúdo que se torne viral parece ser um sonho de
consumo de todo marqueteiro. As empresas querem que seu conteúdo seja
multiplicado na rede, mas o conceito está equivocado. “Viral” sugere a ideia de
que os consumidores serão meros divulgadores das mensagens das empresas. O
professor Jeckins fala em conteúdo "espalhável", ou seja, as empresas
têm que pensar em seus consumidores como promotores de seus conteúdos. Imagine os
consumidores criando conteúdos inovadores a partir dos conteúdos das empresas,
gerando valor, distribuindo isso para comunidades específicas e conforme seus
interesses. Ou seja, o especialista fala em consumidores promotores ativos dos
conteúdos das empresas, e não em promotores passivos. A diferença parece sutil,
mas não é.
São três conceitos simples, fáceis de entender, difíceis de
praticar.
Disponível em
http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/ponto_de_vista/2013/12/17/Tres-conceitos-errados-em-marketing-digital-.html?utm_campaign=tr%C3%AAs_mkt_digi&utm_source=twitter&utm_medium=twitter.
Acesso em 30 mar 2014.
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