Leonardo Posich
10 de abril de 2014
Em meio à correria da vida, onde o tempo é único e
implacável, estamos nós seres pensantes vivendo sob e buscando nosso lugar ao
sol. Quando era pequeno, sonhava em ser alguém muito parecido com meus pais. A
resposta ao título desse artigo há muito tempo encontrava-se respondida dentro
do meu âmago.
A resposta dessa pergunta pode ser simples para algumas
pessoas, mas para muitas outras ainda é um vazio. Uma grande icógnita.
Sempre achei meus pais o máximo. Quisera eu ter metade da
força de meu pai e toda amabilidade de minha mãe. Embora nenhum dos dois fosse
dotado de super poderes ou sequer soubesse voar, o fato é que ambos me
ensinaram o que escola nenhuma ensina: que o mais importante não é a riqueza
material acumulada ao longo da vida mas, sim, quem temos ao nosso lado.
Nunca pensei que algum dia fosse me tornar um administrador,
embora meio que sem saber ou sem ter noção alguma de Administração, já cuidava
e administrava a maior empresa que poderia ter em minhas mãos, minha própria
vida. Alguns desejos brotavam dentro de mim como flores na primavera e morriam
no primeiro inverno da vida. Desejos não sobrevivem ao longo do tempo. Do mesmo
jeito que chegam, vão. Sonhos de verdade, daqueles que colocam sua cabeça nas
nuvens e fincam seus pés no chão, são capazes de sobreviver no mais árido
deserto da vida.
Sonhos são bússola para a vida e caminho para alma. Enquanto
os desejos nos fazem perder a cabeça, os sonhos nos mostram a direção. Mais
importante que acelerar o passo é definir uma direção.
Em alguns lampejos da vida, ou mesmo em crises de existência
social, refletia se aquilo que exercia dentro da sociedade fazia realmente
sentido para a minha vida. Já trabalhei em diversas áreas e todas elas foram
importantes para o meu crescimento pessoal e profissional. Na vida tudo tem uma
razão e um porquê. Lembro-me como se fosse ontem, daquele triste dia em que
"por falta de mérito" ou ironia do próprio destino, não havia tido
êxito no vestibular prestado para o curso de jornalismo.
Desde pequeno sonhava mudar, através da escrita, as vida das
pessoas. Sonhava, em ser detetive, buscar os segredos mais intrínsecos na vida
de cada pessoa, tratar das mazelas alheia. Sonhava também, em ser astronauta,
talvez pelo fato de minha mãe viver afirmando que eu vivia no mundo da lua.
Vejo através de inúmeros olhares que cruzam minha vida,
pessoas inconformadas com sua atual realidade. Vejo pessoas frustradas buscando
apenas dinheiro e não a satisfação pessoal. Dinheiro é consequência de um
trabalho bem feito, de um trabalho feito com amor. Afirmo, com propriedade, que
ser escravo do dinheiro não lhe trará felicidade. Dinheiro não é o fim, mas sim
o meio. É através dele que podemos realizar alguns grandes sonhos, porém o
mesmo não é tudo.
Muitos sonham ser quando crescer, ricos. Mas, o máximo que
conseguem ser, é escravo da próprio capitalista consumista.
O que sou hoje é resultado das experiências que tive ao
longo dessa jornada de aprendizado. Algumas vezes nossos caminhos já estão
traçados, mas em outras tantas é necessário assumir a direção e dar um novo
rumo à própria vida. Responder a essa pequena pergunta é o primeiro passo para
ir adiante e buscar sua plena satisfação pessoal e profissional.
Aqueles problemas, que talvez pudessem ter me engolido,
foram superados. Vê-los como desafios fez de mim um ser ainda mais resiliente e
muito mais altruísta. Ver o sorriso no rosto alheio e saber que você é o motivo
de tamanha felicidade, não tem preço. Levar minha mensagem ao mundo a
transformar a vida de pessoas faz de mim uma pessoa ainda mais feliz e
orgulhosa com aquilo que me tornei.
O trabalho dignifica e transforma o homem. Não tenha
vergonha dos seus erros, não guarde mágoas. Às vezes ser "despedido"
é o melhor jeito de você ver o mundo a sua volta de outra maneira. Deixar de se
conformar com a atual situação. Ver a vida sobre outra ótica e abraçar as novas
oportunidades que surgirão diante de seus olhos. Confesso que já sucumbi às
lágrimas quando fui mandado embora mas, lhe garanto, graças a isso, cresci e
amadureci. Faz parte do aprendizado.
Enquanto o sucesso pode subir à sua cabeça, o fracasso pode
descer ao seu coração e derrotar sua alma. Seja resiliente, aprenda e reconheça
seus erros, não seja conformista. Aprender a administrar tais sentimentos será
iminente para o sucesso da sua maior empresa, sua própria vida.
Ainda não sou tudo aquilo que sempre sonhei ser, talvez
nunca seja, mas não tive medo de experimentar o novo e seguir em frente. Embora
o novo possa assustar, ele também pode nos instigar. Tudo aquilo que vivi fez
de mim um ser ainda mais forte. Escolha fazer o que você realmente gosta. Sua
satisfação pessoal pode estar naquilo que você ama fazer. Do contrário, terá
que aprender a amar o que faz.
A força de meu pai e a amabilidade de minha mãe foram fatores
determinantes para alcançar meu sucesso pessoal. Os erros que cometi e as
pedras nas quais tropecei serviram de aprendizado e teste para eu ter certeza
de que teria forças para sustentar e alcançar meus sonhos.
Saber responder à pequena pergunta "O que eu gostaria
de ser quando crescer?" será determinante para alçar suas metas e definir
seu rumo. Saber reconhecer quem está ao nosso lado também será importante para
alcançar o sucesso pessoal. Lembre-se: sozinho você pode ir até mais rápido,
mas juntos podemos ir mais longe. Valorize seus empregados, pois um bom líder é
aquele que sabe lidar com números (métricas) e um ótimo líder, é aquele que
sabe lidar com pessoas.
Hoje posso não ser o jornalista que algum dia sonhei ser,
mas graças às adversidades da vida, às lições impostas pela mesma, sou um ótimo
administrador na maior empresa que administro: "minha própria vida".
Sou feliz com meu sucesso profissional. Para chegar até aqui abri mão de meus
próprios medos e deixei de lado minha própria vaidade. Alguns grandes
empresários estão acomodados em seu atual cargo, mais por status profissional
("ego") do que por satisfação pessoal.
Disponível em
http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/o-que-voce-pensa-em-ser-quando-crescer/76704/.
Acesso em 14 abr 2014.
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