Chas Edwards
19 de Março de 2012
Parece que todo este frenesi em torno das fotos é mais do
que uma fase passageira. Talvez haja algo incontrolável na afeição humana por
belas imagens e não há nada o que possamos fazer quanto a isso.
Como afirmou Antony Young, CEO da Mindshare North America,
em uma coluna recente para o Ad Age, estamos vendo uma movimentação do
consumidor rumo a uma cultura mais visual propiciada pela tecnologia e as
mídias. Aparelhos modernos estão oferecendo mais oportunidades para as pessoas
criarem e consumirem conteúdos visuais, enquanto as mídias sociais as encorajam
a compartilhar tais conteúdos em plataformas múltiplas.
Pergunte aos executivos e fundadores do Facebook, e eles
dirão a mesma coisa. Quando se conversa sobre a curvatura de crescimento da
empresa, todos acabam por afirmar algo em torno de “são as fotos, estúpido”. A
comunidade do Facebook faz upload de 250 milhões de fotos por dia, e um estudo
de Harvard estimou que 70% de todas as atividades na rede social – dos “likes”
e comentários sobre conteúdos de amigos às atividades no próprio perfil – se
desenvolvem em torno de fotos.
Plataformas relativamente recentes como o Instagram e o
Pinterest estão surfando na explosão do interesse pelas imagens, roubando a
cena com um crescimento de audiência ainda maior do que o Facebook e o Twitter
registraram em seus primórdios. O Instagram alcançou seu primeiro milhão de
usuários em dois meses, chegando aos 15 milhões no final de 2011, com seus
participantes fazendo o upload de 60 fotos por segundo. Este número teria
chegado aos 27 milhões, de acordo com anúncio feito durante o SXSW, na semana
passada.
Já o Pinterest saiu da obscuridade para os 10 milhões de
pioneiros em seis meses. Há uma explicação implícita neste boom, de acordo com
Shawn Graham, da revista Fast Company. “A rápida ascensão do Pinterest à nata
das redes sociais realça algo que sabemos desde o dia em que a primeira máquina
fotográfica foi inventada, no Século XIX: fotos são relevantes”, diz Graham.
Certamente as fotos são importantes, e, mais do que nunca,
nós temos tirado e compartilhado fotos. Dez por cento de todas as fotos feitas
pela humanidade foram tiradas nos últimos 12 meses. Os veículos estão notando.
Galerias de fotos têm sido fundamentais na experiência de usuários em sites de
entretenimento como o OMG, do Yahoo, e o Entertainment Tonight. Mas páginas
como as da CBS News e de publicações de negócios, como o The New York Times e o
The Business Insider, também aderiram. Os leitores processam melhor informações
vindas de imagens do que de texto, e essas imagens também levam a um maior
engajamento do que o conteúdo escrito. Hoje em dia, todo mundo tem um
estratégia que envolva imagem. E, como em uma estratégia para celulares e
tablets ou para mídias sociais, é preciso levar em conta três elementos:
1- Engajamento da audiência - Como as imagens podem aumentar
o engajamento entre o meu público?
A maioria das publicações tem feito grandes progressos nessa
frente – investindo em imagens grandes e de alta resolução em todas as páginas,
e organizando conjuntos delas em galerias. A única “pegadinha” é que, às vezes,
as melhores imagens são justamente aquelas que efetivamente despertam o
interesse do consumidor, fazendo com que ele abandone a navegação no site da
publicação e continue por outras páginas. Suas imagens mais inspiradoras levam
os visitantes para o site da Fox Sports, atrás de estatísticas de atletas, para
o Wikipedia, em busca de informações biográficas sobre um político, ou para a
loja da Macy´s, a fim de comprar a roupa que ela viu certa celebridade usando.
Se os seus mais fiéis leitores estão usando suas próprias imagens para
abandonar suas páginas, fica difícil convencer que as imagens deveriam ter um
papel mais importante na estratégia digital de sua publicação – ainda que seja
o formato preferido de seus leitores.
2- Ganho de audiência – Como posso converter engajamento em
compartilhamento?
Os botões de Twitter e Facebook são um começo. Alimentar o
conteúdo de imagem com o Instagram (assim como o Facebook e o Twitter) é outra
forma dos veículos amplificarem seus investimentos em imagens, já que tais
plataformas inserem-nos dentro das redes sociais, onde o compartilhamento
realmente acontece. De acordo com o Sharaholic, o Pinterest está gerando mais
tráfego recomendado que a soma entre o G+, o YouTube, o LindedIn e o Reddit. O
Pinterest facilita o armazenamento de imagens dos usuários e a integração com o
Facebook acaba por levar novos olhos a estas imagens.
3 – Receitas – Como esta estratégia me ajudará a ganhar mais
dinheiro?
Uma abordagem que tem ganhado espaço estre sites pequenos:
coloque anúncios abaixo das imagens, criando um espaço equivalente à faixa que
corre abaixo dos vídeos do YouTube. Contando que a mensagem publicitária seja
condizente com o conteúdo da imagem, esses anúncios sobrepostos são uma
abordagem válida. Uma estratégia ainda melhor, eu diria, é a entrega de publicidade
atrelada à experiência de conteúdo do usuário. Se uma marca patrocina conteúdos
e serviços relevantes que realçam a imagem, é mais provável que o leitor preste
atenção neles.
Disponível em
http://www.meioemensagem.com.br/home/midia/noticias/2012/03/19/Os-anunciantes-na-era-do-Pinterest-e-Instagram.
Acesso em 03 jul 2013.
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