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Existem logomarcas que basta olharmos
rapidamente para a marca e já sabemos exatamente a qual empresa pertence. Essa
fácil identificação tem justificativa, afinal, a marca de uma empresa, muitas
vezes, é quase uma extensão de seu nome e identidade.
Através delas, consumidores, fornecedores e todos os públicos-alvo se
identificam e sabem sobre a atuação de determinada organização. Por isso,
manter uma identidade visual forte pode ser um diferencial na hora de atrair
clientes e fazer negócios. Mas em muitos casos, é necessária uma revitalização
dessa identidade visual, ou até mesmo a criação de uma nova logomarca, seja
devido aos avanços tecnológicos ou por mudança da área de atuação da
organização.
Diante dessa situação, antes de confirmas as mudanças na logo, é preciso fazer
uma análise de mercado, além de comparativos com a concorrência e verificar o
que é mais apropriado: revitalizar, manter ou modificar completamente a marca.
O publicitário Euzébio de Andrade, diretor da Amplo Brasil, agência de
comunicação sediada em Belo Horizonte que completa 15 anos de atuação em 2010,
convive diariamente com situações em que a decisão sobre a vitalidade da logo é
analisada. "Muitos clientes nos procuram pensando que o problema é a logo,
que, em sua opinião, está desatualizada ou algo assim, mas cada caso é uma
situação diferente e deve ser analisada amplamente".
Para Euzébio, geralmente é identificado dois casos de clientes. "Às vezes
diagnosticamos que o problema realmente é a logomarca, que não possui
identificação com seu produto ou está realmente fora do tempo, mas em muitos
casos, após estudos, vemos que o problema não está na logo, mas sim na
embalagem do produto ou na campanha publicitária com foco equivocado",
explica o profissional.
Um caso especifico vivido pela equipe da Amplo Brasil diz respeito ao Café Bico
de Ouro. A empresa, de Brasília, possui mais de 45 anos de mercado e precisava
se reinventar devido à concorrência no seu setor de atuação. "Vimos que a
empresa possuía um diferencial grande de mercado se comparada a seus principais
concorrentes. Fizemos algumas análises do cenário externo, além de estudos da
marca e estudamos seu Plano Estratégico. Após essa imersão, decidimos pela
reformulação da marca e mudança das embalagem, mas sem alterar a essência de
sua identidade visual, que julgamos ser um diferencial de mercado. A estratégia
surtiu efeito e hoje a empresa já colhe os frutos, com expansão de seu
marketing share", explica Marco Túlio Pereira, responsável pelo case Bico
de Ouro na Amplo.
Quando não mudar
significa mudança
Um exemplo vivido recentemente na Amplo e que serve de comparativo é a Manteiga
Patrícia, que possui 85 anos de mercado e que pretendia se posicionar no
mercado como produto gourmet. A diferença desse cliente, que possui sede em
Minas Gerais, mas cujo maior volume de vendas são nas capitais do Nordeste do
país, é que o estudo da marca apontou para a necessidade de não se mexer na sua
marca, mas sim tirar proveito da onda retrô e resgatar embalagens do passado.
"Por tratar-se de uma empresas com tempo de tradição, pensamos em resgatar
embalagens do passado, mas com sabedoria para que o produto seja
"curtido" pelo consumidor, que agrega valor ao público gourmet",
explica Douglas Silva, responsável pelo cliente na agência.
Mudanças nas pequenas
empresas
Hoje em dia, o desenvolvimento por profissionais nas marcas, embalagens e
materiais promocionais, por exemplo, é cada vez mais acessível aos
empreendimentos de menor porte. Com investimentos reduzidos é possível ter
"cara de empresa grande" e alavancar os negócios.
"As pequenas empresas estão mais conscientes de que tão importante quanto
ter um bom produto ou serviço é apresentá-lo de forma adequada. Num mercado
cada vez mais competitivo, é preciso se destacar para vencer, e cuidar da parte
visual da empresa faz parte da estratégia de qualquer negócio de sucesso, não
importa o seu tamanho", afirma Raquel Rodrigues, sócia e diretora de
atendimento da BlueBossa, agência de design e comunicação com foco em micro,
pequenas e médias empresas.
Outra importante mudança diz respeito ao perfil do cliente. O avanço da
internet, e nova tendência tecnológica mundial faz com que as empresas tentem a
demandar uma mudança mais acentuada das logos, acarretando um tempo de vida de
uma identidade visual mais curto, necessitando cada vez mais de ser
contextualizada no cenário global. "As empresas precisam estar sempre
atentas ao mercado. Mudar ou não a logomarca torna-se secundário num mundo em
que a embalagem ajuda, mas o mais importante continua é, mais do que nunca, o
produto ofertado", enfatiza Euzébio de Andrade.
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