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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O rolezinho, na visão de uma agência

Barbara Sacchitiello
23 de Janeiro de 2014
Agência analisou o movimento e seu impacto para as marcas e a comunicação 
O assunto mais comentado deste início de ano na imprensa e por boa parte da população de São Paulo despertou também o interesse do mercado publicitário. Para tentar compreender quais são os reais objetivos e intenções dos jovens que têm protagonizado os “rolezinhos” nos shoppings da capital paulista, a F.biz tentou mapear o fenômeno sob a perspectiva do comportamento, das marcas e da comunicação.

Segundo a agência, a proposta não foi tirar conclusões definitivas acerca do movimento dos jovens paulistanos, mas sim de fazer um retrato diferente dos rolezinhos, a fim de compartilhar com os clientes, marcas e parceiros da F.biz os tópicos que, de alguma forma, possam relacionar os acontecimentos ao universo da comunicação e dos anunciantes. Algumas pessoas da equipe da agência acompanharam os rolezinhos e, com base nessa experiência e na cobertura da imprensa acerca do assunto, desenvolveram algumas premissas.

Os resultados da pesquisa será postado na fanpage da F.biz no Facebook. Para retratar os rolezinhos, a agência criou dez diferentes cards. Veja:

As 13 marcas e produtos mais usados e amados pela galera do rolezinho

As 13 marcas e produtos mais usados e amados pela galera do rolezinho

Disponível em http://www.meioemensagem.com.br/home/comunicacao/noticias/2014/01/23/O-rolezinho-na-visao-de-uma-agencia.html?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_content=&utm_campaign=foto

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Você julga um livro pela capa?

Nastassja Fischer
03/02/2012
 
Existem alguns ditos populares que nos alertam que não devemos confiar em alguém somente pela sua aparência: “quem vê cara, não vê coração” e “nunca julgue um livro pela capa” são apenas dois exemplos. Porém, nossos rostos dão pistas essenciais sobre como devemos agir ou o que esperar de uma outra pessoa, como já foi, inclusive, falado em um texto aqui no blog. Por exemplo, existem evidências que pistas faciais de medo são processadas em apenas 40 milissegundos (ms), sendo esse tempo suficiente para gerar uma opinião sobre a intenção de outra pessoa. Com isso, certos sinais faciais podem ter uma influência substancial em como as pessoas avaliam e se comportam frente a outra pessoa em uma interação social.

Uma dessas pistas que procuramos quando nos relacionamos com alguém é a confiança. Detectar o quão confiável é uma pessoa possui uma importância especial, a partir do momento que se pode coletar informações importantes sobre se o indivíduo com quem estamos interagindo é alguém que podemos nos aproximar ou evitar. Dessa forma, a detecção da confiabilidade é essencial para a sobrevivência humana e existem um estudo que sugere, inclusive, que o cérebro possui regiões especializadas para desempenhar essa tarefa, como por exemplo, a ínsula e amígdala, que são regiões envolvidas em situações onde precisamos detectar um potencial perigo ou tomar uma decisão.

Baseando-se nessas informações, um trabalho realizado na Universidade do Arizona no Estados Unidos testou a hipótese de que o julgamento implícito da confiabilidade de terceiros estaria relacionado com o modo que as pessoas cooperam entre si. Para isso, os voluntários do teste participaram de uma tarefa de interação social chamada “jogo da confiança”. Na sua versão tradicional, existem duas funções a serem assumidas por pessoas diferentes: a de “investidor” e “parceiro”. Ao “investidor” é dada uma quantia em dinheiro e lhe é informado que ele tem a opção de ficar com todo o dinheiro, transferir a quantia total que recebeu para o “parceiro” ou repartir o que ele tem da forma que desejar. Diz-se também que o montante que for transferido será multiplicado de 3 a 4 vezes e dado ao “parceiro”. Esse último, então, tem o papel de decidir se vai transferir alguma parte do dinheiro multiplicado para o “investidor” e, com isso, o “parceiro” tem a opção de honrar a confiança nele depositada ou não.

Na versão do “jogo da confiança” usada pelos autores do estudo, os participantes do teste poderiam assumir apenas o papel de “investidores” e, antes do jogo começar, tinham que visualizar e avaliar, de forma não-explícita, as faces de 79 supostos “parceiros”, com os quais era dito que eles teriam que interagir. Posteriormente, em cada rodada do jogo, eles tinham que decidir se iriam transferir uma determinada quantia em dinheiro para seu parceiro sem ter nenhuma garantia de retorno, sendo esse um “índice” implícito do quanto eles confiavam no parceiro. Ao final da tarefa, eles ainda tinham que declarar o quanto eles confiavam nos “parceiros”.

Os resultados mostraram que a avaliação inicial de confiabilidade feita através da visualização da foto foi uma pista altamente influenciadora na decisão do “investidor” sobre o quanto de dinheiro ele iria dividir ou não. Ou seja, os participantes deram mais dinheiro para aqueles “parceiros” que eles achavam ser mais confiáveis no início do jogo, tendo como parâmetro apenas as suas fotos. Mais ainda, o fato do “parceiro” ter devolvido ou não o dinheiro após a divisão não influenciou na avaliação explícita de confiabilidade pelo “investidor” no final da tarefa. Pelo contrário, parece que o julgamento do quão confiável era o “parceiro”, realizado implicitamente antes de começar o teste e baseado apenas na aparência do rosto, exerceu uma influência mais forte nesse sentido.

Desse modo, pode-se observar como nós somos influenciados, mesmo que de forma não-consciente, por pistas sociais. Também é interessante notar como tais pistas podem afetar nossas decisões e a forma como interagimos com o próximo. Por mais que o velho ditado diga: “Quem vê cara, não vê coração”, parece que é na “cara” que nos baseamos para guiar qual será o próximo passo a ser tomado quando decidimos cooperar com alguém.


Disponível em http://www.forebrain.com.br/voce-julga-um-livro-pela-capa/. Acesso em 12 dez 2013.