Mauro Segura
29-AUG-2013
O estudo chamado "Millenials as Brand Advocates",
da Social Chorus, publicado em julho de 2013, traz informações interessantes a
respeito de como a geração Y lida com as marcas e com o marketing das empresas.
A pesquisa, que alimentou o estudo, foi feita nos EUA, mas creio que a maioria
das conclusões se aplica muito bem ao mercado brasileiro.
Geração Y são todos aqueles nascidos entre 1980 e 2000. Uma
boa parte desse povo já compõe a população ativa economicamente, são
consumidores e fazem parte da força de trabalho nas empresas. Nos EUA, são 79
milhões da geração Y versus 48 milhões da geração X (nascidos entre 1965 e
1980).
É evidente que a geração Y reina absoluta nas redes sociais.
Se analisarmos o Twitter, 50% dos usuários são Ys. A conclusão mais impactante
do estudo é que os Ys não acreditam em publicidade. Apenas 6% dos pesquisados
disseram acreditar na publicidade on-line. Existe uma insatisfação com
histórias patrocinadas postadas nas redes sociais. 67% disseram que nunca
clicaram numa história patrocinada.
Ironicamente, um estudo recente da Edelman Berland, também
realizado junto à Geração Y, apontou que somente 3% acham que a publicidade é
chata. O mesmo estudo concluiu que 70% dos Ys se sentem
responsáveis em publicar feedbacks a respeito de suas experiências com as
empresas, sejam positivas ou negativas. Parece que existe um compromisso tácito
entre eles de fazer isso.
Em contraponto ao descrédito com a publicidade, o estudo da
Social Chorus diz que os Ys confiam no que seus amigos e comunidades falam. 91%
dos Ys consideram comprar um produto recomendado por um amigo e 98% deles são
mais propensos a se engajar num post de um amigo do que num post de uma marca.
Estamos diante de um novo desafio para o marketing das
empresas: buscar métodos para incentivar os Ys a compartilhar suas ações nas
redes sociais. Ou seja, falamos de uma espécie de co-marketing entre empresas e
jovens. Em vez de marketing para eles, estamos falando de marketing com eles.
As empresas devem investir em plataformas para incentivar
que os Ys contem suas experiências com as marcas para seus amigos e
comunidades. Essa é uma relação que precisa ser construída de forma genuína,
não o tradicional marketing forçado usado por muitas empresas.
Os Ys, de maneira geral, são mais propensos a fornecer suas
informações pessoais e preferências do que outras gerações, as empresas devem
se aproveitar dessa característica se associando a eles, criando um relacionamento
mais aberto e aceitando bem os riscos inerentes a uma convivência mais
espontânea e transparente.
A conclusão é que estamos diante de uma transformação
profunda do marketing. As marcas já sabem disso, mas não existe uma clareza de
como fazer. É evidente a corrida atual das empresas na adoção de uma estratégia
diferenciada para lidar com a Geração Y. Quem está no poder são eles, não mais
as organizações.
Disponível em
http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/ponto_de_vista/2013/08/29/Geracao-Y-nao-acredita-em-publicidade.html?utm_campaign=ponto_de_vista_fb&utm_source=facebook&utm_medium=facebook.
Acesso em 09 fev 2014.