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sábado, 7 de maio de 2011

Como conhecer os concorrentes da sua empresa?

Priscila Zuini
A identificação e análise da concorrência é uma das principais atividades do planejamento de marketing. É importante conhecer as forças e fraquezas dos seus concorrentes para estimar suas ações futuras e construir uma vantagem competitiva diante deles.

Ao determinar o posicionamento almejado por sua empresa e o seu público-alvo, analise o mercado e identifique as empresas que oferecem produtos com posicionamentos similares e que tenham produtos substitutos, além das que podem vir a entrar no seu mercado no futuro.

Ao fazer essa análise, identifique o seu grupo estratégico, que é o conjunto de empresas que seguem uma linha de estratégia semelhante. Isso pode te ajudar a fazer um redirecionamento estratégico.
Há quatro estágios na análise da concorrência. O primeiro é avaliar os objetivos atuais e futuros da concorrência. Procure identificar o que eles estão tentando conseguir e quais são as razões para isso.
O segundo passo é analisar as estratégias atuais da concorrência para identificar oportunidades e ameaças decorrentes de suas ações. Pergunte-se quais são seus mercados-alvo, seu foco estratégico, seus produtos, como estão precificados, como são distribuídos e comunicados e como é configurada sua estrutura de marketing.
Em seguida, avalie os recursos da concorrência para estimar sua capacidade. Identifique se o concorrente possui cultura de marketing, se tem ativos e recursos de marketing, se tem recursos de produção e operação e se tem recursos financeiros.
Por fim, é preciso prever estratégias futuras da concorrência por meio da combinação das análises anteriores, inclusive estimando como ela pode reagir às ações da sua empresa.
Para ter sucesso, é interessante ter “bons concorrentes”, que desafiem sua empresa a fazer sempre melhor e a continuar inovando, sejam éticos e ajudem a desenvolver o mercado.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

"Design é a coisa mais importante no marketing moderno", diz Francisco Madia

Bruno Mello
Do alto da experiência de quem criou o primeiro departamento de marketing no Brasil, em 1971, no Itaú, Francisco Alberto Madia de Souza propõe mudanças fundamentais nas empresas para que elas melhorem sua rentabilidade. Mais do que isso, para elas continuarem existindo, uma vez que os problemas em comunicação, posicionamento e relacionamento com clientes são cada vez maiores e constantes. 

Projetos de relacionamento com todos os stakeholders, design e conteúdo como elemento diferenciador de marca são três das principais questões que as empresas precisam focar nos dias de hoje. Presidente da Academia Brasileira de Marketing e autor dos livros "Marketing Trends”, "Marketing Pleno", "Os Axiomas do Marketing", "Datamarketing Behavior - Introdução ao Marketing de 6ª Geração" e "Causos de Marquetim", Madia também propõem mudanças mais drásticas no segmento.
“Eu acabaria com os gerentes de produto nas empresas. Só teria gerente de clientes. Transformaria o gerente de produto em gerente de clientes”, aponta Francisco Madia em entrevista, após palestra para executivos sobre Tendências no WTC Business Club, realizada no Comitê de Marketing Trends. Um dos pais do marketing no Brasil e responsável pela disseminação do que ele chama de religião no país, Madia toca em assuntos tabus.
Um dos principais deles diz respeito ao fato de muitos profissionais de marketing renegarem o que seus antecessores desenvolveram quando assumem em uma nova empresa. “Não sei porque tem que ser assim, mas infelizmente, toda vez que uma empresa contrata um novo executivo, a primeira coisa que ele faz é acabar com tudo que diz respeito à administração anterior”, atesta o Diretor Presidente e Sócio do Madiamundomarketing para, em seguida, fazer questionamentos que podem ensinar a muitos profissionais. Acompanhe a entrevista completa a seguir. 
O que as empresas precisam para não perder clientes e fazer com que eles aumentem seus gastos com elas?
Francisco Madia: Por uma série de razões que nunca vamos entender bem é da natureza humana se atrair pelo que está distante. Por outro lado, as empresas fazem um esforço danado para concretizar uma primeira venda e depois dão as costas. A primeira providência a ser tomada é preservar o cliente, disseminando essa cultura dentro da empresa. Além disso, como a concorrência é muito grande, nem sempre você tem 100% dos gastos do cliente na empresa. Somente dando atenção e seduzindo este consumidor sempre é que se conseguirá fazer com que as compras sejam concentradas, tendo 100% de share of client. Você tem que estudar, permanentemente, a possibilidade de agregar novos produtos e serviços dentro daquilo que você faz e ter o reconhecimento do cliente. Não caia na tentação de se meter a fazer algo que não tenha nada a ver com você.
Por isso vemos tantas empresas sem posicionamento hoje em dia.
Francisco Madia: Isso acontece muito. A empresa começa bem e depois se desposicionam. O Fleury, por exemplo, caiu em tentação e foi concorrer com seus principais parceiros quando criou o Hospital Day, tanto que eles venderam recentemente. E olha que estamos falando do Fleury que tem uma qualidade inquestionável. 
O que as empresas podem fazer para não perderem o foco?
Francisco Madia: Não há nada que pode ser feito. Isso depende de maturidade e de sensibilidade. Não existe antídoto para não cair em tentação. Tem que tentar respirar três vezes e usar a sensibilidade. Se fosse possível não cair em tentação, seguramente o mundo seria dominado por três ou quatro organizações. 
Hoje em dia todos os produtos e serviços concorrem entre si. Como atuar neste ambiente em que a carteira é a mesma, mas há muitas opções?
Francisco Madia: Antigamente os professores falavam que geladeira concorria com geladeira, fogão com fogão e automóvel com automóvel, mas, de vez enquanto, o automóvel poderia concorrer com uma viagem para a Europa ou com a entrada de um apartamento. Hoje, a concorrência é ampla, geral e irrestrita por causa da moeda tempo. Vamos ganhar mais dinheiro, mas não teremos mais tempo. Teremos que fazer opções e descartar serviços. Nós já fazemos isso todo ano quando deixamos de usar um serviço e optamos por outro. Hoje, as crianças não esperam mais o Wii ligar. Elas pegam o Ipad e saem jogando. Os meus netos fazem isso. As pessoas estão privilegiando tudo que está mais acessível e que poupa tempo. Olha o Twitter. O Facebook vai matar ele porque é muito mais completo, rápido e inteligente.
Em palestra no WTC você falou que as empresas estão perdidas em sua comunicação. O que elas devem fazer?
Francisco Madia: Elas precisam de ajuda externa, como a gente que é um clínico geral que pensa e planeja comunicação sob a lógica do receptor da mensagem. Nós não temos nenhum partido, a nossa religião é o marketing. Se eu torcer o pé e for ao otorrino ele vai operar a minha garganta. As empresas precisam mapear corretamente quais são os seus principais stakeholders e identificar quais são as ferramentas mais eficazes para se relacionar com eles e depois desenvolver conteúdo para cada uma destas ferramentas.

Conteúdo para marca é uma tendência para envolver o consumidor?
Francisco Madia: Não tenho a menor dúvida de que todo o processo de comunicação obrigatoriamente passa por conteúdo. Um conteúdo que tenha pertinência, relevância e contexto adequado. Conteúdo hoje é uma palavra-chave em tudo que a empresa fez. Agora, tudo isso é muito velho. O Pai do Roberto Medina foi quem inventou isso aqui no Brasil quando importava televisão para vender e criou um programa de TV. 
Essa é uma boa questão porque toda hora há uma novidade que todos correm atrás para desenvolver. Até que ponto temos muitas coisas antigas requentadas e outras realmente novas?
Francisco Madia: Há coisas muito velhas que não são aplicadas. O CRM, por exemplo, é algo de 1986 que as empresas começaram a fazer somente em 2000 e quase nenhuma faz direito. A bola da vez hoje é as empresas organizarem a sua comunicação própria e complementarem com as outras formas de comunicação porque elas viraram mídia também.
Você acredita bastante que o design é um elemento diferenciador de marca. Por quê?
Francisco Madia: O conceito moderno de design é a soma das manifestações de uma empresa. O design não se resume a uma xícara. Ele tem tudo a ver como o presidente da empresa se veste, da maneira como ele fala e de como você é recebido nas lojas da empresa. O design hoje é o conceito do todo e é essencial. É a coisa mais importante no marketing moderno. É o design que define o único fator de diferenciação de uma empresa para a outra, que é estilo e personalidade. Não é o que você faz, mas como você faz. 
Outra tendência é investir em inteligência de mercado. Por quê?
Francisco Madia: De novo pelo tempo. Em quase quatro anos, na década de 1970, eu fiz cinco mil pesquisas. Normalmente, para se fazer uma pesquisa dentro dos fundamentos é um processo que não leva menos do que três meses. Ela continua válida, mas só posso recorrer à pesquisa tradicional se estou pensando daqui a 10 anos. O que tenho que fazer hoje, no entanto, é estar com o pulso do mercado e do ambiente o tempo todo. 
É preciso estar de olho nas redes sociais, por exemplo. Mas para isso, é necessário ser autêntico e transparente. O que o caso recente da Brastemp pode nos ensinar?
Francisco Madia: O processo de construção da marca Brastemp foi brilhante. Faz parte da história do marketing de qualidade deste país, mas a marca ficou maior do que as práticas da empresa. A promessa acabou transcendendo e ela não se organizou para cumprir os compromissos que assumiu. O sintoma mais claro de que a Brastemp já não era mais uma Brastemp foi no dia que ela resolveu mudar de agência de publicidade e renegou um dos mais extraordinários conceitos construídos neste país até hoje e inventou um raio do Lado B. A partir daí, ela estava reconhecendo que já não era tudo aquilo que dizia que era. Neste caso, a marca pecou pela autenticidade que tinha. Esse caso ensina que as empresas têm que rever a estrutura da organização. 
Elas precisam se desconstruir e focar no relacionamento.
Francisco Madia: Não sei mais se as empresas precisam de gerente de produto. Eu acabaria com os gerentes de produto nas empresas. Só teria gerente de clientes. Transformaria o gerente de produto em gerente de clientes e o colocaria na frente do computador e no ponto de venda monitorando o relacionamento do cliente com a marca. Estamos num novo mundo, mas as empresas continuam se comportando com as mesmas convenções e rituais. A ideologia do marketing tem que estar na empresa como um todo. 
Você contou a história de que houve uma época em que se pensou em descontinuar a Barbie e hoje ela é caso de sucesso.
Francisco Madia: Não sei porque tem que ser assim, mas infelizmente toda vez que uma empresa contrata um novo executivo a primeira coisa que ele faz é acabar com tudo que diz respeito à administração anterior. Por que ele não ganha perdendo 30 ou 60 dias para conhecer as pessoas e se inteirar do que existe para que ele possa dar sequência a uma coisa ou, eventualmente, corrigir alguns erros? Por que ele tem que chegar, dar as costas para a empresa e acabar com tudo o que foi feito? Isso acaba liquidando muitos produtos e até marcas inteiras. 
Estou com uma ponta de desesperança, uma vez que você diz que não há solução para muitos problemas que o marketing vive. Será que nunca existirá um marketing 100% bem feito?
Francisco Madia: Que bom. Felizmente nós erramos, falhamos e isso é da justiça humana. O marketing 100% bem feito existe em seus fundamentos. O ser humano é que olha para a ferramenta e muda. A empresa moderna tem que se colocar na pele do cliente 24 horas por dia, passar por tudo o que ele passa e sentir tudo que ele sente para tentar entender para onde ele está caminhando, o que ele está querendo, o que ele está precisando, o que ele não precisa e vai precisar.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Anote aí 42: Sazonalidade; Marcas Próprias; Conhecimento; Mercado; Concorrência

ABREU, Adriana. Alta estação pede plano de contenção Negócio sazonal deve começar a se preparar para as vendas em baixa. Folha de S. Paulo, 23 de janeiro de 2011, Caderno Negócios, pp. 1-3. 


FURTADO, Jonas. A quarta onda das marcas próprias Varejistas apostam em novas categorias, posicionamento Premium e sustentabilidade para vencer a desconfiança do consumidor. Meio & Mensagem, ano XXXII, nº 1442, 17 de janeiro de 2011, pp. 26-27.


CURBETE, Marcelo. Aprendizagem organizacional Investir no conhecimento precisa ser um fator estratégico das empresas. Gestão & Negócios, nº 27, pp. 74-75.


GUIRALDELLI, Daniela. Limpos e saudáveis Fabricantes de talcos e desodorantes para os pés apostam no aumento da preocupação com a saúde e na melhoria do nível de renda da população para desenvolver o mercado. Distribuição, ano 18, nº 215, dezembro de 2010, pp. 68-69.


TAUHATA, Sergio. O funcionário que copiava Saiba como se defender da concorrência de empregados, clientes, fornecedores e terceirizados que resolvem oferecer os mesmos produtos e serviços que os seus. Pequenas Empresas & Grandes Negócios, nº 263, dezembro de 2010, pp. 98-99.     

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Posicionamento: o coração da estratégia


Roberto Campos de Lima
Sempre que inicio um processo de consultoria, tento compreender a situação dos meus clientes em relação as suas estratégias. Em grande parte das vezes, recebo uma resposta animadora quando pergunto sobre a existência de uma estratégia ou de um planejamento estratégico. Infelizmente, boa parte das tais “estratégias” não sobrevive a um teste básico de consistência. Quando pergunto acerca do posicionamento estratégico, quase sempre sou surpreendido com outra pergunta: o que é posicionamento estratégico? Oops! Agora temos um problema!

A principal consequência deste desconhecimento, ou ignorância (no sentido estrito do termo), é que os gestores destas organizações têm grandes dificuldades em formular uma estratégia consistente e, consequentemente, em executá-la, pois o coração da estratégia é o posicionamento. Mas afinal de contas, o que caracteriza e como podemos definir o posicionamento estratégico? O posicionamento é o fruto das escolhas estratégicas que a organização deve fazer. Trata-se da seleção do “espaço” ou “posição” de mercado que a empresa quer ocupar. A definição do posicionamento traz maior consistência ao processo de formulação da estratégia, na medida em que elabora definições como por exemplo: segmentos-alvo de mercado; perfil do cliente; portfólio de produtos e serviços; e proposta de valor.

E é exatamente a partir destes insumos que a organização consegue compreender melhor o seu foco e, consequentemente, o seu mercado-alvo. A estratégia é na sua essência composta por escolhas, e a escolha do posicionamento define a forma de competição e a “arena competitiva”, ou seja, o ambiente em que se irá competir. Com foco claro, a alocação de recursos, limitados, é otimizada e a possibilidade de sucesso na execução da estratégia se amplia de forma exponencial.

O posicionamento estratégico define:

·        Quem é o nosso cliente?
·        Que segmentos de mercado iremos atender?
·        Que produtos ou serviços vamos oferecer aos nossos clientes?
·        De que forma iremos atendê-los?
·        Qual é a nossa proposta de valor para os clientes?
·        O que nos torna únicos quando comparados aos nossos competidores?


Na essência, se posicionar estrategicamente é assegurar que o seu foco esteja voltado para os clientes que percebem valor no seu produto ou serviço. Como bem afirmou Al Ries, a estratégia não é uma guerra de produtos, mas sim de percepções. Os clientes compram produtos e serviços a partir da forma como percebem valor na oferta de uma determinada empresa. Logo, definir um posicionamento claro, e que seja sustentado por uma proposta de valor único, é fundamental para a sobrevivência da organização no longo prazo.
Sem pânico! Se você ainda não definiu o posicionamento estratégico da sua organização, segue um roteiro básico para começar:

1 – Explore o seu ambiente de negócios: não existe formulação bem feita que desconsidere os fatores exógenos que afetam o seu negócio. Entenda o seu mercado, concorrentes e características dos clientes-alvo, criando uma base de inteligência estratégica que seja capaz de suportar o seu processo de escolha.

2 – Posicione a sua empresa: escolha um posicionamento de mercado que seja ao mesmo tempo acessível à sua organização e que lhe traga vantagens competitivas únicas. Se o seu posicionamento for lugar comum no seu mercado, então a única forma de competição será pelo preço.

3 – Formule a sua estratégia: defina um plano de jogo coerente com o seu foco de longo prazo. Se o posicionamento é o coração da estratégia, a formulação é o conjunto de artérias que leva o valor às extremidades. Formular uma estratégia é, acima de tudo, alocar os recursos no reforço do posicionamento estratégico.

4 – Implemente a sua estratégia: se você pensou  que a tarefa estava concluída, fique atento. A grande complexidade de uma estratégia não está na sua formulação, mas na sua execução. Crie um modelo de gestão capaz de envolver as pessoas e que, ao mesmo tempo, permita o monitoramento da evolução da sua estratégia.

E lembre-se: sem um posicionamento claro não há estratégia ou, pelo menos, é possível afirmar que tal estratégia não está orientada ao mercado.  E não orientar a estratégia ao mercado leva a uma perigosa miopia organizacional, pois, em última análise, quem define quais serão as organizações que sobreviverão no longo prazo é o cliente.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Anote aí 39: Internet; Favela; Micromarketing; Mercado; Preços

AGUILHAR, Ligia. Vender pela internet exige planejamento e informação Pesquisa mostra erros das micro e pequenas na comercialização via rede. O Estado de S. Paulo, 26 de setembro de 2010, Caderno Oportunidades, p. 3.


GALVÃO, Vinicius Queiroz. Prédio na favela agora tem decorador e móvel planejado Com expansão da renda, moradores pagam arquiteto para criar ambiente. Folha de S. Paulo, 03 de outubro de 2010, Caderno Cotidiano, pp. C4-C5.


BRUNO, Adriana. Alvo certeiro Conhecer o perfil do seu consumidor e o da região onde sua loja está instalada são fundamentais para você obter resultados positivos. O micromarketing é o caminho para solucionar essa equação. Revista Abastecimento, ano 4, nº 23, setembro/outubro de 2010, pp. 40-48.


GRANDO, João Werner. A loura ainda não entregou Mesmo com o lançamento milionário de uma nova marca, a Schincariol não conseguiu ganhar participação de mercado e iniciou uma onda de demissões – de gerentes a vice-presidente. Exame, ano 44, edição 982, nº 23, 15 de dezembro de 2010, pp. 56-58. 


OLIVEIRA, Fabio. Gestão de preços O marketing e a inteligência no posicionamento de custos das empresas. Gestão & Negócios, nº 25, pp. 74-75. 

sábado, 9 de outubro de 2010

Anota aí 24: Comportamento; Neurociência; Consumidor; Finanças; Vendas

LAFUENTE, Florencia. Oráculos e o que revelam O comportamento de compra das pessoas mudará mais nos próximos cinco anos do que nos últimos cem. Reportagem relaciona as ferramentas mais avançadas para enfrentar o desafio e as principais tendências. HSM Management, ano 15, volume 1, nº 78, janeiro-fevereiro de 2010, pp. 68-79.


SILVA, Chico. ‘A neurociência vai revolucionar a pesquisa de mercado’ Radicado nos EUA e uma das maiores autoridades mundiais em apuração e mensuração de dados, Wagner Kamakura veio ao Brasil debater inovação, internet e as novas metodologias da área. Meio & Mensagem, ano XXXII, nº 1405, 19 de abril de 2010, p. 84.


OLIVEIRA, Fabio Gonçalves de. O poder do consumidor Com as novas tecnologias, o público é quem determina cada vez mais o posicionamento das marcas. Carreira & Negócios, nº 21, pp. 68-70.


VIOTTO, Jordana. Finanças em boa forma Saiba controlar e planejar ganhos e gastos e assegure o crescimento da empresa e da realização de sonhos no plano pessoal. Meu Próprio Negócio, ano 8, nº 89, pp. 18-22.


GONZALEZ, Jennifer. Quer vender? Capriche na aparência Pequenos detalhes como pintura, decoração e boa organização fazem toda a diferença na hora de tentar comercializar um imóvel. O Estado de S. Paulo, 4 de julho de 2010, Caderno Imóveis 1, p. 5.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Quando o menos é mais


Luciano Deos
O fortalecimento do design brasileiro e o seu papel cada vez mais estratégico posicionam o país como um potencial centro para a geração de novos negócios nesse segmento. Mesmo diante da crise mundial, o setor ganha relevância, credibilidade, consolida sua imagem internamente e se projeta no exterior, abrindo espaço e oportunidades de crescimento.

A criação de cursos acadêmicos e a inserção da categoria no Festival Internacional de Publicidade de Cannes, considerado o mais importante evento de comunicação do mundo, trazem amadurecimento e estimula a demanda interna e externa por design. Assim, nesse cenário otimista e de pós-crise, a previsão mais imediata para 2010 é o vínculo cada vez mais forte entre design e inovação, com uma relação de dependência recíproca e saudável.

O futuro transcende as tendências sempre associadas aos produtos, já que o design deve ser compreendido como uma disciplina transversal, que se relaciona diretamente a outros nichos, como moda, mobiliário e tecnologia.

Diferentemente do que acontece em países como a Inglaterra e Coréia, que contam com políticas e suporte governamental, no Brasil é recente o apoio de organizações públicas e privadas para fomento e financiamento de projetos no setor. Felizmente, isso contribui para que o design passe a ser visto como uma valiosa ferramenta de desenvolvimento. E nesse contexto, a inovação é palavra de ordem.

Além da reflexão permanente para diagnosticar novos caminhos ao segmento, um dos desafios para os profissionais do setor será criar alternativas para gerar cada vez mais relevância às marcas. E a vinculação de estratégias de branding com design e inovação revela-se como a solução mais eficiente.

Vale dizer que inovação aplicada ao design nada tem haver com excessos ou exageros. Ao contrário. Neste momento, menos é mais! Durante a Revolução Industrial, período marcado por profundas mudanças na sociedade, os novos conceitos de moradia, transporte e produção simplesmente desprezaram o meio ambiente. Hoje, com a evolução da tecnologia e de modelo de produção, a sociedade se redesenha mais uma vez, só que atenta às questões ambientais. O ser humano precisa achar soluções simples para problemas complexos. Os recursos são finitos e, consequentemente, precisam ser preservados.

Tal realidade aplicada ao universo corporativo demonstra que diante desse panorama, as empresas que não forem capazes de se reinventar perderão oportunidades e serão superadas, classificadas como espécies inimigas do progresso. A lógica é mais ou menos essa: quem não investir em inovação e design, ficará um passo atrás. Mas, como quase tudo na vida, sempre há tempo para se repensar.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Brasil já é o segundo do mundo em lançamentos de produtos

Guilherme Neto


Brasil já é o segundo país do mundo em número de lançamentos de produtos. Devido à queda no número de lançamentos em diversos países do mundo desde o início da crise no último trimestre, o Brasil passou do sexto para o segundo lugar em janeiro deste ano em quantidade de produtos lançados, ultrapassando o Reino Unido, o Japão, a França e a China. Em primeiro lugar mantêm-se os Estados Unidos, apesar de também apresentar uma queda.
Mesmo seguindo um ritmo de lançamentos igual de 2007 até outubro, o número de novos produtos em todo o mundo no ano de 2008 sofreu uma queda de 5% no acumulado do ano. Esse é o resultado de um estudo realizado pelo Laboratório de Monitoramento Global de Embalagem da ESPM com a ferramenta Global New Product Database do instituto de pesquisa americano Mintel, que cataloga cerca de 80% dos lançamentos em supermercados de todo o mundo.
Foram 231,2 mil produtos lançados no ano passado, contra 242,7 mil em 2007. A média foi de 19.272 lançamentos por mês – contra 20.231 no ano passado. Em janeiro de 2009, foram lançados 18.338 produtos contra 22.484 no mesmo período do ano passado, representando uma queda de 18,5%. “Essa estória de que o Brasil foi menos atingido pela crise econômica do que outros países é verdade no que se refere a lançamentos de produtos”, diz Fábio Mestriner, Coordenador Acadêmico de Pós-Graduação do Núcleo de Estudos de Embalagem, responsável pela pesquisa.
Cosméticos continuam liderando lançamentos

O maior destaque nas categorias de produtos ainda são os cosméticos, responsáveis por 16% do total lançamentos em todo o mundo. O Brasil é um dos responsáveis por esse alto número, com seu mercado ultrapassando o japonês em 2008, após também passar à frente da França em 2007 e ficando agora atrás apenas dos Estados Unidos.
“A mulher é responsável por esse aumento a medida que ganha mais importância na sociedade, como maior participação no mercado de trabalho e também na decisão de compra”, explica Mestriner em entrevista ao Mundo do Marketing. Os produtos para os lábios, pescoço, olhos e corpo são o que concentram o maior número de lançamento em todo o mundo. No Brasil, no entanto, a maioria são de produtos para cabelos.
Entre os países que mais lançaram produtos no ano passado, o destaque fica para o Brasil, que passou do sétimo lugar em número de lançamentos em 2007 para o sexto lugar no acumulado do ano, por conta da queda sofrida pelos países norte-americanos e europeus. A China também está entre os cinco primeiros na quinta posição. Segundo Mestriner, dos dois outros países emergentes do chamado grupo BRIC, a Índia não entra ainda na lista por não ter um varejo concentrado em supermercados, tipo de ponto-de-venda onde é realizada a pesquisa. Já a Rússia encontra-se em dificuldade por conta da recessão econômica que enfrenta no momento.
Número de lançamentos em 2009 foi ainda menor

O posicionamento mais adotado nos produtos lançados foi o “natural”, tendência que vem se reforçando nos últimos anos à medida que o debate sobre sustentabilidade e qualidade de vida cresce. O produto de marca própria é outro que se destacou nesse cenário de crise. Representando 16% dos produtos lançados em 2008 em todo o mundo, em janeiro deste ano passou para 21%. “É um ajuste à crise. Com a restrição de recursos, os consumidores estão se voltando mais às marcas próprias e os varejistas estão correspondendo”, explica Mestriner.

O tipo de embalagem mais lançado em todo o mundo foi a embalagem flexível (18%), ultrapassando ligeiramente, pela primeira vez, as garrafas (também 18%), devido a sua maior versatilidade de formato, possibilitando atender diversas categorias de produtos. Já o tipo de material mais utilizado ainda é o plástico (36%), por conta de sua diversidade de composições e flexibilidade de apresentações. Em seguida, mas muito atrás, está o vidro simples, com 6%.
Para 2009, a expectativa é que o número de lançamentos seja ainda menor que em 2008 por conta da crise econômica, que também deverá provocar uma mudança no tipo de produtos lançados. “Vamos assistir a um ajuste das embalagens. Como os consumidores estarão mais restritos financeiramente, a tendência é que categorias de produtos mais baratos ascendam. A marca própria deve crescer por conta disso, assim como as embalagens flexíveis, que são mais baratas que outros tipos de embalagem”, diz o professor da ESPM. Segundo ele, a categoria dominante ainda será a de cosméticos.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Regionalizar ações de marketing é estratégia para crescer

Exame

Para conquistar mercado, as empresas precisarão regionalizar suas ações de marketing. A conclusão é de um estudo realizado pelo Ibope, em parceria com o Grupo KRM, responsável pelo Target Group Index Global.

Baseado na tese "Sonhando com os BRICs: O caminho para 2050", apresentada pelo banco de investimentos Goldman Sachs e que lançou a teoria dos BRICs – quatro países (Brasil, Rússia, Índia e China) que serão as maiores economias mundiais em 2050 -, o levantamento tem como objetivo mapear a população desses países cultural e economicamente para que empresas multinacionais possam conhecer melhor os consumidores locais e definir estratégias para entrar ou crescer nesses mercados.

Ele evidencia características comuns e discordantes dos BRICs com quatro países da Europa - Reino Unido, França, Alemanha e Espanha - e aponta a necessidade de combinar posicionamento mundial das marcas com particularidades culturais locais para que seja possível atingir os consumidores. "Alguns exemplos de uso das mídias evidenciam o desafio de desenvolver estratégias de comunicação muito específicas, pois o consumo das diferentes mídias varia muito de acordo com o país em questão", afirma Roberto Lobl, diretor de Negócios do Ibope.

Os jornais, por exemplo, são pouco lidos no Brasil, mas têm alto consumo na Rússia, na Índia e, principalmente, na China. Já no caso da televisão, brasileiros e russos mostram-se mais predispostos a receber mensagens estrangeiras que indianos e chineses, cuja preferência é por produções nacionais.

Segundo Lobl, esses quatro países, juntos, somam 44% da população mundial e 31% da área habitável do mundo, o que representa grandes oportunidades para empresas que precisam posicionar suas marcas globalmente. O Produto Interno Bruto (PIB) deles tem crescido em ritmo acelerado nos últimos anos, sendo que as populações locais apresentam um enorme potencial de consumo.

Veja as principais conclusões do estudo
• As marcas relacionadas a valores conservadores têm boa recepção nos BRICs.
• Sucesso e ascensão social podem ser bem vistos nos países BRICs.
• As marcas devem evitar temas controversos durante as campanhas, pois podem fazer sucesso em alguns países, mas não em outros.
• Há a necessidade de combinar posicionamento mundial das marcas com particularidades culturais locais para atingir os consumidores.
• China e Índia estão mais distantes dos valores ocidentais, enquanto Brasil está mais próximo, e Rússia ocupa posição intermediária.
• A China atinge os índices europeus quanto à posse de microcomputadores. Brasil e Rússia chegam à metade deste índice, e a Índia atinge apenas 10%.
• A categoria carros tem 44% de penetração no Brasil, 33% na Rússia, 12% na Índia e 7% na China.
• Nos países europeus esses índices são muito maiores que nos BRICs.

sábado, 26 de junho de 2010

O que fazer quando há aumento de preços de produtos?

Eduardo Bom Angelo

Eu e meu pai somos sócios numa loja de materiais de construção no interior do Ceará. A dúvida é com relação ao procedimento que devemos adotar quando há aumento de preços de produtos. Fico dividido entre três alternativas: repassar o aumento aos consumidores imediatamente, mesmo que ainda tenhamos estoque antigo; só atualizar os preços quando fizermos uma nova compra com valor atualizado (como fazem os concorrentes); ou adotar o meio-termo entre as duas opções. Se for a terceira opção, como eu devo proceder?

Especialista

Leonardo, ao que me parece, seu questionamento se refere muito mais a um posicionamento de mercado do que ao processo de precificação em si. Como você disse, atualmente já existe uma prática dos concorrentes em relação a esse assunto e entendo que sua dúvida é se você deve ou não se diferenciar dos demais para ganhar espaço, correto? Responder a essa pergunta não é difícil, mas precisamos avaliar sua estratégia de negócio para então entender como deve proceder.

Toda estratégia de negócio parte de um objetivo bem definido. Onde minha empresa vai chegar daqui a um, cinco ou dez anos? Todo gestor precisa dessa visão para direcionar suas estratégias de curto, médio e longo prazos. No seu caso, ao desenhar essas estratégias, um ponto muito importante deve ser observado: qual a sua posição em relação ao seu consumidor e aos seus concorrentes? Responda à seguinte pergunta: O que minha loja/empresa representa para meus clientes? Se a resposta for a opção pela prática de preços baixos, você terá seu direcionamento.

Caso a resposta seja a opção de apresentar maior qualidade em produtos e serviços, melhores condições de pagamento ou qualquer outro item que não o preço, você deve fazer uma avaliação diferenciada. O importante é entender qual o seu fator-chave de destaque no mercado. O que faz você ser diferente dos demais?

Quando se tem uma estratégia de preço baixo, deve-se sempre evitar repassar aumentos de preços diretamente ao consumidor. É imprescindível manter a coerência entre sua estratégia e suas ações no mercado. Se esse for o caso de sua empresa, minha sugestão é que você aproveite seu material em estoque para aumentar o preço aos poucos e fazer promoções sazonais para atrair clientes. Você pode melhorar as condições de pagamento para que o cliente não sinta tanto o aumento dos preços.

Se a sua estratégia prima pela qualidade e por serviços que o diferenciam da concorrência, o aumento de custo pode ser repassado, aos poucos ou de uma só vez. Porém, você deve fazer um apelo comercial diferenciado, lembrando seu cliente dos motivos pelos quais ele escolhe a sua loja para comprar os produtos. Mesmo nesse cenário, promoções sazonais são bem-vindas e podem representar um aumento de vendas em escala.

Faça uma análise de seu negócio, trace sua estratégia e mantenha a agilidade para melhorar os resultados. Existem muitos livros e cursos sobre precificação e ganho com serviços. Escolha um para enriquecer sua estratégia e mãos à obra.

Leitores

Passo por situação parecida. Pela lógica, o certo seria repassar o aumento. Só que essa tática às vezes é perigosa porque faz com que os clientes corram para o concorrente. Sugiro, então, o mesmo procedimento que adotei no meu negócio: se tiver condições, antes de aumentar o preço compre um pouco mais do produto. Assim, você poderia segurar por alguns dias o preço antigo e, gradativamente, repassar o aumento aos clientes. Essa seria uma forma de diminuir suas perdas e evitar a fuga de clientes.
Hallyson Ferreira Lins, Palmares-PE

Acredito que enquanto houver estoques você poderá manter o preço antigo. Com isso, conquistará novos clientes e manterá os antigos. Após o fim dos estoques, poderá fazer um pequeno repasse, mas inferior ao dos concorrentes.
Philippe Régis Costa, Rio de Janeiro, RJ

Você deverá repassar o aumento imediatamente. O fato de ter estoque antigo não significa que terá de vendê-lo com preço antigo, pois prejudicaria a saúde financeira da sua empresa. Portanto, para que você tenha dinheiro para investir em estoques já com nova tabela de preços, é preciso repassar o aumento imediatamente. Caso contrário, não terá caixa suficiente para se reabastecer.
João Paulo Bonadiman, Cachoeiro de Itapemirim, ES

Na minha opinião, você deverá usar o sistema PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai) e estabelecer os preços conforme o ajuste de tabela. Uma dica: se o preço aumentou e você ainda possui estoque antigo, não perca a chance de fazer um “super feirão de materiais”, oferecendo esses produtos com preço antigo. A promoção vale enquanto durar o estoque.
Luciane Furlanetto, Muçum, RS

É importante analisar seu preço de custo, evitando ao máximo repassar preços altos para os clientes, pois você deve se manter competitivo. Deixe o estoque disponível para fazer promoções em ocasiões especiais, para se destacar em relação à concorrência. Os preços devem ser atualizados a cada nova compra. Mas lembre-se: você está aí par atender bem, vender bem e satisfazer os seus clientes. Sem abusar dos lucros.
Renato Eterno de Matos, Goiânia, GO

Trabalho há oito anos em uma empresa de material de construção. Temos que ficar atentos à alteração de preços dos concorrentes, pois podemos aumentar a nossa tabela e eles não. Então, ficamos com preços fora do mercado e perdemos clientes. Se você tiver em estoque uma quantidade boa de mercadoria que sofra aumento, você pode fazer promoções com os preços antigos, a fim de atrair novos clientes e fidelizar os atuais. Mas, conforme o aumento do preço do produto, deve repassá-lo sim ao cliente. Vender a preço abaixo do custo pode trazer prejuízo.
Marlon Hideu Yamauti Hirata, Birigui, SP

A definição do preço final de um produto ou serviço depende de inúmeros fatores. Não é uma questão simples como você quer colocar, baseada única e exclusivamente nos preços de compra. Conheça bem o seu negócio e os de seus concorrentes. No seu mercado quem regula os preços é o cliente final. Portanto, estude, conheça, analise cada item, cada grupo de materiais. No começo poderá ser um pouco complicado, mas com o tempo você criará um conjunto de regras e práticas que lhe permitirá se tornar um empresário de sucesso.
Fábio Tancredi Tonelli, São Paulo, SP